O Estado da Habitação
Dos subúrbios à capital para trabalhar: mais de 3 horas perdidas por dia
Um autocarro, um barco, um metro e novo autocarro.“Depois disto tudo, uma pessoa chega ao trabalho com vontade de voltar para casa”.
Num dia normal, Maria João Correia sai de casa, na Baixa da Banheira, concelho da Moita, às 7h10. Apanha um autocarro para o terminal fluvial do Barreiro, o barco para o Terreiro do Paço, o metro para o Jardim Zoológico e outro autocarro para a Estrada de Benfica. Num dia bom, a travessia demora uma hora e meia; num mau, duas. Ao fim do dia, o trajecto repete-se, desta feita no sentido contrário. “Depois disto tudo, uma pessoa chega ao trabalho com vontade de voltar para casa”, diz ao PÚBLICO a assistente de call center. Ainda assim, diz que "Lisboa só para trabalhar". Acredita que a qualidade de vida é melhor na margem sul do Tejo, onde o preço da habitação é também mais em conta. A esperança é um dia lá encontrar trabalho.