O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, cancelou uma viagem oficial a Berlim, esta terça-feira, onde ia encontrar-se com a chanceler Angela Merkel, devido a “assuntos urgentes”. O comunicado do Departamento de Estado não avança pormenores.

“Infelizmente temos de remarcar as reuniões em Berlim devido a assuntos urgentes. O secretário [de Estado] está ansioso por visitar Berlim em breve”, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, citado pela embaixada dos EUA em Berlim.

Na segunda-feira, a Casa Branca anunciou o envio de um porta-aviões e bombardeiros para o Médio Oriente, para “enviar uma mensagem clara ao Irão”, segundo o conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, John Bolton. Em resposta, o Irão anunciou que vai reactivar parte do seu programa nuclear.

E a crise na Venezuela prossegue, com Juan Guaidó a manter a mobilização para derrubar o Governo de Nicolás Maduro com o apoio dos EUA. Da reunião de segunda-feira entre Pompeo e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, pouco foi avançado - Lavrov disse apenas que ninguém defende uma intervenção militar na Venezuela.

Em Março de 2018, o antecessor de Mike Pompeo no cargo de secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, encurtou uma visita a países africanos também devido a “assuntos urgentes”. Tillerson acabaria por ser despedido pelo Presidente Trump através do Twitter.

Há cinco meses, também no Twitter, Trump disse que Tillerson era “burro como uma pedra” e “preguiçoso”, e elogiou o actual secretário de Estado: “Mike Pompeo está a fazer um grande trabalho. O seu antecessor, Rex Tillerson, não tinha a capacidade mental necessária. Era burro como uma pedra e eu estava desejoso de me ver livre dele. Era muito preguiçoso. Agora é tudo diferente, há um grande entusiasmo no Departamento de Estado!" 

Dois anos antes, em Dezembro de 2016, quando escolheu Rex Tillerson para secretário de Estado, Donald Trump apresentou-o como “um dos melhores líderes mundiais na área dos negócios”.