Os EUA escolheram as suas misses e são todas negras

Cheslie Kryst venceu o concurso Miss USA, Kaliegh Garris é a Miss Teen USA e Nia Franklin foi coroada Miss America 2019.

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Nia Franklin, Miss America 2019 Carlo Allegri/ Reuters

Pela primeira vez nos Estados Unidos da América, três mulheres negras venceram os principais concursos de beleza de 2019. Cheslie Kryst, 28 anos, é agora a Miss USA; Kaliegh Garris, 18 anos, venceu a Miss Teen USA; e Nia Franklin, 25 anos, foi coroada Miss America 2019 em Setembro passado.

Nas últimas décadas, estes desfiles têm tentado romper barreiras raciais, depois de um longo historial de segregação e racismo. Não é a primeira vez que uma mulher negra vence um destes concursos: Vanessa Williams foi a primeira a ganhar o título de Miss America em 1984, Carole Gist foi Miss USA em 1990 e Janel Bishop ganhou o Miss Teen USA em 1991, mas pela primeira vez, três mulheres negras colocaram a coroa em simultâneo.

“É importante para as meninas e mulheres negras verem três figuras fortes, três mulheres fortes, mulheres afro-americanas que estão a fazer um óptimo trabalho”, disse Franklin citada pelo New York Times. “As pessoas vão dizer que a raça não importa. Mas importa na América, por causa da história, por causa da escravatura”, acrescentou.

Após a coroação de Cheslie Kryst na passada quinta-feira, a candidata à presidência do Partido Democrata 2020, a senadora Kamala Harris, elogiou as três mulheres na sua conta de Instagram. “Que momento tremendo para estas jovens e bem-sucedidas mulheres, a seguirem o seu caminho, nas suas condições. É realmente incrível”, escreveu Harris.

Cheslie Kryst, Miss EUA, é advogada e representou o estado da Carolina do Norte na final do concurso, no qual defendeu os movimentos #MeToo e Time's Up. A Miss Teen Kaliegh Garris, de Connecticut, desfilou com o seu cabelo natural e há 20 anos que o concurso não coroava um concorrente nestes termos – desde que Ashley Coleman levou o título para casa em 1999. 

Quanto à Miss America Nia Franklin, que representou Nova Iorque, é uma cantora de ópera. Durante a cerimónia em Setembro, Nia explicou por que a música sempre foi importante para ela. “Cresci numa escola predominantemente caucasiana e havia apenas 5% de alunos de minorias, sentia-me deslocada por causa da cor da minha pele”, disse. “Mas, ao crescer, encontrei o meu amor pelas artes e a música ajudou-me a criar pensamentos positivos sobre mim e sobre quem sou.”

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