Os pactos possíveis para formar um Governo em Espanha

Os socialistas venceram as eleições legislativas, mas continuam dependentes de uma coligação para governarem com maioria absoluta. Veja quais são os cenários possíveis para uma solução governativa no país vizinho.

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O partido de Pedro Sánchez foi o vencedor da noite, com 28,7% dos votos Adriano Miranda

Espanha foi a votos este domingo mas não houve uma maioria e o futuro governo está por definir. Os socialistas (PSOE) venceram, 28,7% dos votos, elegendo 123 deputados. No entanto, o partido de Pedro Sánchez ficou aquém de uma maioria absoluta (176 deputados num total de 350). Faltam a Sánchez 53 deputados.

Por isso, traçam-se os cenários de possíveis coligações para constituir um acordo que governe os espanhóis, depois de umas eleições que ficaram marcadas pela entrada do partido de extrema-direita Vox no Parlamento.

Resultados das eleições espanholas

  • PSOE — 123 deputados (28,7 % dos votos)
  • Partido Popular (direita) — 66 deputados (16,7% dos votos)
  • Cidadãos — 57 deputados (15,8% dos votos)
  • Unidos Podemos (extrema-esquerda) — 42 deputados (14,3% dos votos)
  • Vox (extrema-direita) — 24 deputados (10,3% dos votos)

1. PSOE + Cidadãos

Uma das soluções governativas é a coligação entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Cidadãos. A união destes dois partidos resultaria numa soma de 180 deputados eleitos (123+57=180), o que cobriria os mínimos da maioria absoluta. Mas a solução não agrada aos apoiantes de Sánchez que, na última noite, durante o seu discurso de vitória, gritaram repetidamente “com Rivera não!”. O líder do partido mais votado afastou essa opção da mesa. “Creio que isso ficou claro, não?”, afirmou Sánchez.

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2. PSOE + Unidas Podemos

Esta parecia ser uma das coligações mais prováveis, mas os votos reunidos este domingo não foram suficientes para estes dois partidos conseguirem uma solução governativa. Os 123 deputados socialistas e os 42 deputados do Podemos resultam em apenas 165 assentos parlamentares.

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Pablo Iglesias é favorável a esta solução de governo. Na última noite, o líder do Podemos enviou uma mensagem a Sánchez. “Queríamos um resultado melhor, mas este é suficiente para cumprir os nossos objectivos: travar a direita e construir um governo de coligação de esquerdas”, resumiu.

3. PSOE + Unidas Podemos + pequenos partidos sem independentistas

Para completar o número de deputados que faltam (e contando com o Podemos), Sánchez pode encontrar nos pequenos partidos a solução que procura, mas fica a um lugar da maioria absoluta. 

PSOE (123) + Unidas Podemos (42), Coligação Compromisso (1), Partido Nacionalista Basco (6), Coligação Canária (2) e Partido Regionalista de Cantabria (1).

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4. PSOE + Unidas Podemos + pequenos partidos com independentistas

A entrada dos independentistas, incluindo os independentistas catalães da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) que elegeram 15 deputados, facilita a vida a Sánchez. A soma dos deputados dos pequenos partidos incluindo os independentistas daria ao PSOE uma maioria absoluta de 199 deputados.

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PSOE (123) + (42), Partido Nacionalista Basco (6), Coligação Canária (2), Coligação Compromisso (1), ERC (15), Juntos pela Catalunha (7) e EH Bildu (4) = 199

5. Uma coligação sem a extrema-direita

O Partido Popular (PP), o grande derrotado da noite, perdeu 71 assentos parlamentares em relação às últimas eleições legislativas, em 2016. Ainda assim, poderá procurar uma solução com o Cidadãos e com o Navarra Suma (NA). Esta coligação daria à direita espanhola 125 deputados.

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6. Vox não chega para maioria de direita

Com o Vox, a Espanha democrática pôs pela primeira vez um partido de extrema-direita no Parlamento. No total, o partido de Santiago Abascal elegeu 24 deputados. Mas ainda assim, nem com a ajuda do Vox a direita espanhola consegue uma maioria parlamentar, ficando-se pelos 149 deputados, a 26 assentos parlamentares de uma solução governativa vencedora.

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