45 minutos de Messi para o 26.º título do Barcelona

Foi preciso recorrer ao argentino para vencer o Levante e garantir o quarto título em cinco anos. No horizonte da equipa de Ernesto Valverde ainda estão a Liga dos Campeões e a Taça do Rei

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Domingo há eleições em Espanha e na noite deste sábado houve muitas bandeiras catalãs nas ruas de Barcelona. Mas, convicções políticas à parte, uma e outra coisas não estão relacionadas: se houve gente e manifestações de alegria nas ruas da Catalunha foi em celebração pela conquista de mais um campeonato. A equipa comandada por Ernesto Valverde garantiu matematicamente o título de campeã pela 26.ª ocasião na história. O inevitável Lionel Messi, que até começou a partida no banco de suplentes, foi lançado para a segunda parte e fez o golo decisivo.

É mais um campeonato para a colecção do Barcelona, que tem crescido consideravelmente ao longo dos últimos anos. Os catalães são campeões pela quarta vez nas últimas cinco épocas, e venceram oito das últimas 11 edições da Liga espanhola. E este apetite insaciável pode não ficar por aqui: a equipa de Ernesto Valverde, que tinha começado a temporada com a conquista da Supertaça de Espanha, tem garantida a presença na final da Taça do Rei (a 25 de Maio, contra o Valência) e vai defrontar o Liverpool nas meias-finais da Liga dos Campeões.

Foi precisamente a pensar no duelo com os “reds” que Valverde deixou Messi fora do “onze” titular. Mas a noite acabaria com o argentino a receber e erguer o troféu de campeão, algo que aconteceu pela primeira vez na condição de primeiro capitão, e o Camp Nou a entoar o seu nome em uníssono.

Na quarta-feira, o Barcelona recebe o Liverpool na primeira mão das meias-finais da Champions, competição que os catalães venceram pela última vez em 2014-15 e pretendem recuperar. Mas, dadas as dificuldades que o Barcelona sentia em quebrar a resistência do Levante – e porque tudo fica mais fácil quando o argentino está em campo – o treinador dos “blaugrana” emendou a mão ao intervalo.

Houve música e fogo-de-artifício a que os jogadores assistiram em pleno relvado, com os seus filhos. Mas para poderem desfrutar desse momento, foram obrigados a trabalhar. O Atlético de Madrid vencera o Valladolid e deixara o Barcelona confrontado com a obrigação de ganhar ao Levante – qualquer outro resultado não seria suficiente para celebrar. Mas o Levante, que precisa de pontos para se afastar da zona de despromoção, foi adiando a celebração em Camp Nou. O guarda-redes, Aitor Fernández, contrariou as tentativas de Luis Suárez e Philippe Coutinho, dois dos mais activos no Barcelona (que contou também com o internacional português Nélson Semedo entre os titulares). E, quando não foi ele, foram os ferros da baliza: aos 41’ Coutinho, de livre directo, acertou na trave.

Levante ainda ameaçou

Os mais de 90 mil espectadores em Camp Nou impacientavam-se. Poderia o Levante, que iniciara a jornada três pontos acima de zona de despromoção, ser a pedra na engrenagem que impedia uma celebração que parecia iminente? Talvez, se não houvesse no banco de suplentes do Barcelona uma arma pouco secreta chamada Lionel Messi. O argentino entrou ao intervalo e precisou de pouco mais de 15 minutos em campo para mudar o rumo da história. Num lance de insistência do Barcelona, Messi inaugurou o marcador: a bola passou por Dembélé, Suárez e Arturo Vidal sem que a defesa do Levante conseguisse afastar o perigo. O chileno tocou para Messi, que tirou um defesa da frente com uma finta de corpo e atirou para o golo – o seu 34.º no campeonato, que garantiu o 26.º título do Barcelona.

Os “blaugrana” estavam mais perto do título, mas a festa ainda tinha de esperar. Subitamente despertado do seu torpor, o Levante reagiu ao golo sofrido com um par de ameaças à baliza de Ter Stegen. No primeiro remate dos visitantes, aos 64’, Morales deixou Borja Mayoral isolado frente ao guarda-redes alemão, que, no entanto, conseguiu desviar a bola para canto. Pouco depois, um erro de Piqué deixou a bola à mercê de Morales, mas no frente a frente com Ter Stegen o avançado espanhol atirou por cima quando tinha tudo para fazer melhor.

Eram lapsos de concentração explicáveis pela iminência dos festejos. O Levante ainda faria uma derradeira ameaça, já aos 89’, com um disparo de Enis Bardhi que acertou no poste da baliza defendida por Ter Stegen. Passou o calafrio e começaram as celebrações, em Camp Nou e pelas ruas de Barcelona.

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