Obras de ampliação no Sá Carneiro aumenta capacidade de pista em 60%

Concessionaria Vinci está a investir 15 milhões de euros na reformulação do layout da pista do aeroporto. Capacidade aumentará para 32 movimentos hora. “Com adaptações”, terminal terá capacidade de receber 20 milhões de passageiros

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LUSA/RICARDO CASTELO

O aeroporto Francisco Sá Carneiro é a nova estrela da constelação Vinci, a multinacional francesa que gere aeroportos 46 numa dúzia de países em todo o mundo. Nicolas Notebaert, presidente executivo da Vinci Concessions e chairman na Vinci Aeroports, afirmou esta sexta-feira que não há quem não tenha notado o desempenho desta infra-estrutura aeroportuária, que duplicou dos seis milhões de passageiros que movimentava em 2013 (data em que a Vinci comprou a concessionaria aeroportuária nacional, a ANA) para os 12 milhões de passageiros que registou em 2018. “É o aeroporto onde registamos maiores crescimentos, em todas as concessões da Vinci”, admitiu o presidente da multinacional, que veio ao Sá Carneiro acompanhar a visita que o ministro do Planeamento e das Infra´-estruturas, Pedro Nuno Santos, quis fazer ao aeroporto.

Actualmente, a Vinci tem em curso um investimento de 15 milhões de euros na ampliação do caminho de circulação do aeroporto Francisco Sá Carneiro. São cerca de 12, 1 milhões de euros em obras de construção civil – e foi possível ver empresas portuguesas no terreno a realizá-las – e mais 2,5 milhões de euros para investir em sinalização e telecomunicações. Quando ficarem concluídas, em Abril de 2020, estas obras vai permitir aumentar em 60% o número de movimentos de aeronaves no aeroporto. Actualmente o aeroporto tem capacidade de fazer 20 movimentos (aterragem e descolagem) por hora. Depois das obras concluídas, essa capacidade passa para os 32 movimentos por hora.

A ampliação do caminho de circulação implica, na prática, a construção de um caminho de circulação paralelo à actual pista, de forma a permitir saídas mais rápidas da pista principal. Actualmente, quando um avião aterra no Sá Carneiro, tem de seguir na pista até ao seu final, antes de se aproximar do terminal. Com o desenho do novo layout, e que vai obrigar a obras de ampliação do túnel que actualmente passa por debaixo da pista, serão criadas saídas e entradas na pista, o que reduz a utilização do tempo em que os aviões utilizam a pista.

O contrato de concessão que foi assinado com a Vinci obriga a empresa a acomodar os investimentos necessários à ampliação do aeroporto. E como recorda Thierry Ligonnnière, presidente executivo da ANA - Aeroportos de Portugal, ele prevê crescimentos até 2062. Por isso, respondeu aos jornalistas, a capacidade do aeroporto do porto não ficará “esgotada nunca”, sorriu. O presidente da empresa diz que o aumento da capacidade que está a ser dado ao layout da pista, e aos movimentos dos aviões em terra, será necessariamente acompanhado pelo aumento da capacidade de resposta no terminal. E Ligonnière reconhece que os 60% de aumento da capacidade em pista poderão ter a mesma taxa de crescimento em numero de passageiros que utilizam a infraestrutura. Depois de recordar o reforço de capacidade que foi feita em termos de área de segurança, e com mais algumas adaptações no terminal, seria possível acomodar “até 20 milhões de passageiros”.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que também esteve presente na concorrida comitiva admitiu, em declarações ao PÚBLICO, que as obras actualmente em curso servirão o aeroporto para os próximos “cinco ou seis anos”. “Mas já há planos feitos para aumentar a capacidade do lado poente da pista, assim se revele necessário”, recordou.

Em 2018 o aeroporto Francisco Sá Carneiro recebeu 11,9 milhões de passageiros, uma subida de 10,7% face ao ano anterior. E no primeiro trimestre de 2019 o crescimento mantém-se, com um crescimento do numero de passageiros processados de 9,5% relativamente ao ano de 2017. E em 2018 mereceu pela quinta vez, nos seis anos em que existe o galardão atribuído pelo  Airports Council International, a distinção de “melhor aeroporto europeu” na sua categoria – a que vai dos 5 aos 15 milhões de passageiros.

O ministro do equipamento e das Infra-estruturas, Pedro Nuno Santos, disse que a capacidade aeroportuária no Porto tem obrigatoriamente de acompanhar o crescimento da região norte, e do contributo que esta tem dado para o crescimento do país. “Não podia ser de outra maneira. Se há coisa que caracteriza a região norte é a sua capacidade de ser empreendedora e de não ficar à espera de ninguém. Os empresários e trabalhadores da região norte têm mostrado ao longo da história do nosso país a capacidade que tem para criarem e produzirem coisas que se vendem no mundo inteiro. E o aeroporto do Porto tem de acompanhar a dinâmica dos portugueses que vivem nesta região”, limitou-se a constatar o ministro.

Durante o ano de 2019 o aeroporto do Porto vai estar ligado a 78 destinos, mais seis do que em 2018, e ter disponíveis 89 rotas, mais sete do que em 2018, operadas por 28 diferentes companhias. A última a anunciar a sua chegada ao Sá Carneiro foi a Emirates. As ligações Porto-Dubai começam em Julho.

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