Novo líder dos Guardas da Revolução é o general Salami, que ameaçou “eliminar” Israel
General Salami substitui Ali Jafari, depois de os EUA terem designado a força de elite do Irão como uma organização terorrista. Trump acaba com isenção de sanções na compra de petróleo iraniano.
Duas semanas depois de os Estados Unidos terem incluído os Guardas da Revolução do Irão na sua lista de organizações terroristas, o líder supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei, substituiu o responsável máximo da poderosa força de elite do seu país. Para o lugar de Mohammad Ali Jafari entra o general Hossein Salami, conhecido por ameaçar “eliminar do mapa político o regime sionista de Israel”.
A informação foi avançada pela televisão estatal do país, sem apresentar uma justificação para a mudança. Mohammad Ali Jafari era o comandante dos Guardas da Revolução desde 2007.
A entrada de Hossein Salami segue-se à designação dos Guardas da Revolução como uma organização terrorista pelos EUA, no dia 8 de Abril. A decisão entrou em vigor há uma semana.
Os críticos dessa decisão do Presidente Donald Trump dizem que os EUA ficariam expostos à retaliação do Irão e dos seus aliados, e que as forças armadas norte-americanas poderiam vir a ser designadas como uma organização terrorista. E foi isso mesmo que aconteceu – dias depois do anúncio dos Estados Unidos, o Irão designou o Comando Central dos EUA como uma organização terrorista e a Administração norte-americana como patrocinadora do terrorismo.
Na semana passada, o novo responsável pelos Guardas da Revolução disse que recebeu a decisão dos Estados Unidos com “orgulho”. E, em Janeiro, ainda como vice-comandante, disse que a estratégia do Irão é “eliminar do mapa político o regime sionista de Israel”.
Os Guardas da Revolução são uma organização criada pelo ayatollah Ruhollah Khomeini em 1979, durante a revolução islâmica. É mais do que uma força militar: é também um império industrial, com muita influência política e leal ao supremo líder.
Tem 125 mil soldados, distribuídos por unidades do exército, marinha e força aérea, e controla três áreas vitais: a força paramilitar voluntária religiosa Basij; o programa de mísseis; e as brigadas Al-Quds, que operam no estrangeiro.
Trump anunciou entretanto, nesta segunda-feira, o fim à isenção de sanções para cinco países que compram petróleo iraniano - China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Turquia.
O objectivo é forçar o Irão a negociar um novo acordo sobre a sua actividade nuclear. No acordo de 2015, que os Estados Unidos abandonaram por decisão da Administração Trump, o Governo de Teerão concordou em pôr fim ao seu programa nuclear militar a troco do fim gradual das sanções que estrangulam a sua economia.
“Esta decisão pretende reduzir a zero as exportações iranianas de petróleo, negando ao regime a sua principal fonte de rendimentos”, explica o documento da Administração Trump que põe fim às isenções.
Os EUA, A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos disseram estar prontos para suprir quaisquer necessidades decorrentes do desaparecimento do petróleo do Irão dos mercados.