Foi ao olhar para a gaiola de Zeca, o hamster de estimação, que Miguel Arruda se pôs a repensar “a forma de os animais viverem nas casas”. “A gaiola teria mesmo de ser daquela forma?”, questionou-se. Teve então a ideia de criar uma marca de mobiliário para animais e partilhou-a com o colega de curso Diogo Camilo. Apesar de ambos acreditarem que o projecto “poderia ter algum potencial”, acabaram por fechá-lo numa gaveta durante oito anos. Em 2016 decidiram resgatar a ideia e adicionar um novo membro à equipa, Lorena Masó, e, em 2018, os três archipets — como se apelidam — fizeram nascer a Manimal.
O próprio nome já indica o conceito da marca: resulta da aglutinação de Man+Animal, a simbiose entre os mundos animal e humano dentro de uma casa. Os produtos aliam o design moderno e minimalista ao conforto dos animais de estimação. “São peças distintas que alteram a forma como os animais vivem dentro das casas”, explica o arquitecto de 32 anos.
Mas mais do que a estética, a Manimal tem em conta a saúde do animal. “Fizemos estudos para perceber que tecidos não ferem os animais. O material da espuma [dos colchões], por exemplo, é ecológico e anti-alérgico e é possível tirar o forro para lavar”, aponta Miguel Arruda. A equipa dá também primazia a “materiais, mão-de-obra e fornecedores locais”: “Usamos o contraplacado, que infelizmente não pode ser português, mas tudo o resto é confeccionado em Portugal. As almofadas e a parte da montagem das casas, é tudo feito cá.”
Para já, há duas peças disponíveis: a casa Berlim (a partir de 440 euros) e a cama Cacau (desde 150 euros) — ambos os nomes atribuídos em homenagem aos dois labradores que foram “cobaias” (“Com muitas aspas, não vá alguém pensar que lhes fizemos mal”). Apesar de poderem ser utilizados por gatos, foram desenhados “preferencialmente para cães”. Para além da compra online, os produtos podem ser adquiridos em lojas físicas, todas em Lisboa: na Boa Safra da LX Factory e da Embaixada e na Sal Concept Store, na rua de São Paulo.
No futuro, os archipets pretendem alargar os produtos a outros animais, “tal como o nome da marca indica”. Em fase de protótipos e testes, com “vários produtos em mente”, a Manimal quer chegar aos gatos e, quem sabe, aos hamsters. Afinal, foi por causa de um que tudo começou.