“É importante que a Europa esteja aberta a acolher investimento estrangeiro”

Comissária europeia para a concorrência avisa, em entrevista ao Negócios, que “é necessário garantir segurança quando introduzirmos o 5G”.

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Margrethe Vestager, comissária europeia para a Concorrência LUSA/STEPHANIE LECOCQ

Mais concorrência e abertura ao investimento estrangeiro são a melhor receita para a criação de campeões europeus, defende esta sexta-feira a comissária europeia Margrethe Vestager, salientando contudo que na questão do 5G e da Huawei, é necessária uma coordenação entre os Estados membros da UE para garantir que a segurança é assegurada.

Em entrevista ao “Negócios”, a responsável pelas questões da concorrência na Comissão Europeia defendeu a posição de Bruxelas relativamente à fusão entre a Siemens e a Alstom no sector ferroviário, que foi chumbada por questões de concorrência, gerando críticas em Berlim e Paris que acusam a Comissão de estar a colocar em causa a existência de “campeões europeus”, neste caso concreto para competir com a China. “No caso de empresas concluírem a fusão, se os preços subissem ou a qualidade baixasse, a quem poderíamos recorrer enquanto clientes europeus? Estamos a olhar para daqui a 10 anos. Identificámos um risco enorme de haver preços mais elevados e menor capacidade de inovação”, afirmou a comissária, defendendo que “importante é que essas empresas têm de competir para serem melhores”.

Questionada sobre a posição do primeiro-ministro português sobre esta matéria – que se revelou contra a ideia dos campeões europeus e favorável à entrada de investimento estrangeiro, incluindo o chinês - Margrethe Vestager disse ser “importante que a Europa esteja aberta a acolher empresas e também investimento estrangeiro”, mas salientou que “as pessoas devem vir para o mercado único para fazer negócios e não para constituir riscos ao nível da ordem pública ou da segurança”.

Em concreto, em relação à gigante tecnológica chinesa Huawei e ao seu papel na implementação da tecnologia de rede 5G na Europa, a comissária disse que “agora é ainda mais importante saber com quem estamos a lidar, qual é a tecnologia que eles fornecem, como será o nosso relacionamento com a empresa”, acrescentando que, através de uma posição coordenada de todos os Estados membros, “é necessário garantir segurança quando introduzirmos o 5G”.

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