Estudantes norte-americanos envolvidos no escândalo de admissão à universidade podem ser expulsos
Alguns estudantes envolvidos no escândalo não estavam cientes de que os seus pais haviam entrado no esquema fraudulento para que conseguissem um lugar numa universidade de elite
A Universidade do Sul da Califórnia declara que pode expulsar os estudantes ligados ao maior escândalo de admissão em faculdades na história dos EUA. A escola informa que já “bloqueou as contas de estudantes que podem estar associados ao suposto esquema fraudulento de admissão”, impedindo-os de se matricularem em aulas.
“Após a revisão, tomaremos as medidas adequadas relacionadas ao seu estatuto, até à revogação da admissão ou expulsão”, disse a universidade num tweet na noite de segunda-feira.
A acção poderá afectar as filhas da actriz Lori Loughlin e do designer Mossimo Giannullide. O casal está entre as 50 pessoas acusadas, na semana passada, de participarem num esquema de suborno e fraude que ronda os 25 milhões de dólares (22 milhões de euros).
Na semana passada, o mentor do esquema declarou-se culpado das acusações de extorsão por subornar treinadores, fabricar perfis desportivos para ajudar os candidatos, filhos de famílias ricas, a serem admitidos nas melhores universidades, incluindo Yale, Stanford e Georgetown.
Um porta-voz da Universidade de Georgetown disse nesta terça-feira que a instituição não comenta sobre medidas disciplinares a aplicada a alunos ligados ao escândalo, mas acrescenta que está a rever os detalhes da acusação, a examinar os registos e que tomará as “medidas apropriadas”.
Yale, UCLA e a Universidade do Texas já disseram que qualquer estudante que tenha entrado desta forma não continuará a estudar. Stanford revela que está a trabalhar para entender melhor as circunstâncias em torno dos alunos ligados a este esquema. O director da Wake Forest disse em comunicado que a escola não tem motivos para acreditar que os candidatos sabiam deste esquema fraudulento.
Também a acusação já declarou que alguns estudantes envolvidos no escândalo não estavam cientes de que os seus pais haviam entrado no esquema fraudulento para que conseguissem um lugar numa universidade de elite. Nenhum dos filhos foi acusado.
Várias celebridades e executivos de empresas foram acusados e já estão a sentir as consequências nas suas carreiras, como é o caso da actriz Lori Loughlin, com quem o canal de cabo Hallmark já cortou relações.
Segundo uma investigação do FBI, dezenas de pessoas, entre as quais a actriz Felicity Huffman da série Donas de Casa Desesperadas, pagaram milhões de dólares para garantir que os filhos entravam de forma fraudulenta em universidades de topo nos EUA como Yale, Stanford e Georgetown.