CDS-PP está a ponderar queixa na CNE contra o primeiro-ministro

Assunção Cristas queixa-se de todos os dias ver nas redes sociais patrocínios pagos da acção política.

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Assunção Cristas LUSA/RUI MIGUEL PEDROSA
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António Costa descerra placa em Santarém LUSA/MÁRIO CRUZ

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, admitiu esta quarta-feira apresentar uma queixa na Comissão Nacional de Eleições contra o primeiro-ministro, que acusa de estar “em fortíssima campanha eleitoral”.

“Estamos a fazer essa ponderação. Aquilo que nos parece evidente é que o primeiro-ministro está em fortíssima campanha eleitoral. Tem que cumprir a lei. E quem interpreta a lei é a Comissão Nacional de Eleições (CNE). É bom que a lei seja rigorosamente cumprida”, disse Assunção Cristas, reiterando que a que a secretaria-geral do CDS-PP já está a recolher todos os elementos e a fazer essa ponderação.

“Mas não é esse o único ponto onde, porventura, a lei não está a ser cumprida. Eu todos os dias vejo nas redes sociais patrocínios pagos da acção política, o que também contraria aquilo que são as obrigações da legislação em vigor no nosso país”, acrescentou.

Assunção Cristas, que falava aos jornalistas depois de uma reunião com o presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, no distrito de Setúbal, alertou também para os problemas naquela unidade hospitalar, que atende mais doentes do que no passado recente sem que o aumento custos tivesse sido compensado com um reforço orçamental, e que aguarda luz verde para a ampliação das instalações e mais 70 camas.

A par da preocupação com as questões orçamentais, a administração do Hospital Garcia de Orta transmitiu também à líder do CDS-PP a dificuldade na colocação de médicos nas urgências, devido ao envelhecimento de muitos clínicos daquele hospital, um problema comum a outros hospitais do país.

Assunção Cristas lembrou que alguns médicos, “porque chegam à idade dos 50 ou dos 55 anos, podem ser dispensados, a seu pedido, de fazer urgências de 24 horas e depois 12 de horas. E isso pode trazer sérias dificuldades. Ouvimos aqui que, se não for o trabalho de médicos que estão bem para lá dos 50 anos, para assegurarem urgências na área da obstetrícia ou da cirurgia geral, as urgências podem parar”.

Questionada sobre a perspectiva de uma nova greve dos enfermeiros, Assunção Cristas, disse estar preocupada, mas reafirmou a ideia de que o Governo tem de negociar e encontrar uma solução para o problema dos enfermeiros.

“Tudo o que são paralisações preocupam, como é evidente, porque, no limite, está em causa o serviço prestado aos utentes. E nós, CDS, temos sempre a preocupação de nos colocarmos do lado e do ponto de vista de quem é utente dos serviços de saúde, seja de saúde seja nas escolas e por aí fora”, disse. “O Governo tem obrigação de negociar. Sei que neste momento estão as reatar essas negociações. O que eu espero é que possam progredir com rapidez”, desejou a líder do CDS-PP.