Detidos dois suspeitos pelo homicídio de Marielle Franco
Os dois homens estariam dentro do automóvel usado no crime, a 14 de Março do ano passado. Ainda não se sabe se agiram a mando de alguém ou quais foram as motivações do crime.
A polícia brasileira deteve nesta terça-feira dois antigos agentes da Polícia Militar no Rio de Janeiro suspeitos pelos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, avança a Folha de S. Paulo.
De acordo com o mesmo jornal, os dois homens estariam, na data do crime (14 de Março do ano passado), dentro do automóvel usado no assassínio.
A operação de detenção dos dois suspeitos aconteceu pelas 5h locais (8h em Lisboa). Os agentes da Divisão de Homicídios e promotores do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro seguiram em equipas pequenas para evitar chamar a atenção, detalha a Folha.
De acordo com o site de notícias G1, os dois detidos são o polícia militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-polícia militar Élcio Vieira de Queiroz, 46 anos. Ainda não se sabe se agiram a mando de alguém ou quais foram as motivações do crime.
Ronnie Lessa é apontado pelas investigações como o suspeito que disparou sobre Marielle Franco e Anderson Gomes. Já Élcio Vieira de Queiroz seria o condutor do veículo usado no homicídio, acrescenta o Estadão.
De acordo com as provas recolhidas pelo Ministério Público, o crime foi preparado ao longo de três meses.
“É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da actuação política na defesa das causas que defendia”, lê-se na denúncia, citada pelo Estadão.
O Ministério Público estadual pede a suspensão da remuneração e da licença de porte de arma de Lessa, uma indemnização por “danos morais” à família das vítimas e uma pensão para o filho menor de Anderson, a ser paga até aos 24 anos de idade.
Marielle Franco era uma das vozes críticas da actuação da Polícia Militar e Exército brasileiro no Rio de Janeiro. Foi morta a tiro quando seguia no banco de trás de um automóvel, atingida com quatro tiros na cabeça.
Os tiros foram disparados do interior de outro automóvel, que se aproximou do carro em que seguia a vereadora, o motorista e uma assessora, a única sobrevivente do ataque.
A morte de Marielle motivou várias acções de homenagem. Algumas atravessaram o Atlântico: em Portugal, o Parlamento aprovou um voto de condenação e de pesar, seguido de um minuto de silêncio. Nas ruas de nove cidades portuguesas, ouviu-se "Marielle, presente!”, pela voz de mais de vários milhares de pessoas.