Palcos da semana

Entre a comédia de Carr e as canções de Mariza, há um requiem transformado, teatro pelo Alentejo e uma BoCA cheia de artes.

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"Alignigung 2", de William Forsythe DR
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Jimmy Carr DR
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Hominus Brasilis, do Teatro Manual JACQUELINE SAMPIN/DIVULGAÇÃO,JACQUELINE SAMPIN/DIVULGAÇÃO
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Mariza João Portugal
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Requiem para L., de Les Ballets C de la D CHRIS VAN DER BURGHT

Arte
BoCA aberta a desafios

Marina Abramovic recupera nas Carpintarias de São Lázaro Spirit House, a instalação que montou num matadouro das Caldas da Rainha há 22 anos. Angélica Liddell leva ao Mosteiro de Tibães a primeira visão de Lo frío y lo cruel. Pedro Barateiro faz A Viagem Invertida a minas de lítio no D. Maria II. Yolanda Norton põe a igreja lisboeta de St. George a “rezar” pelo empoderamento das mulheres negras com Beyoncé Mass. William Forsythe mostra Alignigung 2 em três museus. O Coro Gulbenkian vai ao Lux cantar Stockhausen. Cabe tudo isto – e muito mais – na segunda BoCA - Biennial of Contemporary Arts. Com John Romão como director artístico, reinveste nas artes performativas e visuais, insiste na diluição das fronteiras entre disciplinas e desafia artistas a saírem da sua zona de conforto. São mais de 50 a ocupar 37 espaços de Lisboa, Porto e, este ano, também Braga, ao longo de mês e meio, com direito a 22 estreias mundiais e 15 nacionais.

Comédia
De bom humor (britânico)

Mestre britânico da comédia em one-liners e especialista no humor desconcertante, cirúrgico e deadpan, Jimmy Carr é uma referência no meio a nível mundial. Quando foi anunciada a sua estreia por cá, os bilhetes esgotaram em menos de um dia. Mais sessões foram acrescentadas à passagem por Portugal de The Best of Ultimate Gold Greatest Hits World Tour – que, se o nome ainda deixar dúvidas, é um compêndio das melhores piadas, recolhidas da produção dos últimos 15 anos, trabalhadas e misturadas com novo material. Além de vir fazer humor, Carr vem falar dele. Antes do primeiro espectáculo, conversa com Ricardo Araújo Pereira (dia 15, às 19h; bilhetes de 30€ a 35€). O ponto de partida é The Naked Jape, um tratado de humor escrito por Carr e Lucy Greeves que esmiúça centenas de piadas.

Música/Dança
Por um requiem mestiço

Depois de nos terem trazido Bach cantado por crianças surdas e Mahler com polifonia africana e sons de animais, o coreógrafo belga Alain Platel e a companhia Les Ballets C de la B regressam com outra abordagem original à obra de um compositor clássico: o Requiem de Mozart. A célebre missa fúnebre transforma-se, pelas mentes de Platel e do músico Fabrizio Cassol, em Requiem para L., em que a orquestra é substituída por 14 músicos de vários continentes. Empunham guitarra eléctrica, tuba, mbira, acordeão (este tocado pelo português João Barradas) e outros instrumentos. Cantam em duetos e trios. E deixam transparecer as suas raízes e influências, do jazz à ópera, passando por rock e ritmos africanos.

Música
Mais coliseus para Mariza

Quase um ano depois de ter esgotado os coliseus, Mariza regressa a estes palcos para mais uma dose de Mariza. O disco, lançado nessa altura, é o sétimo da sua carreira e o primeiro com uma canção com letra sua, Oração. Traz uma cantora cada vez menos colada à imagem e aos trejeitos de fadista, embora sem nunca se afastar do género, e cada vez mais apostada no tom ligeiro e pop em que já tinha aventurado no anterior Mundo.

Teatro
FITA no Alentejo

Nove municípios alentejanos, uma extensão a Lisboa. Peças oriundas de dez países e 11 dias para as representar. É a quinta edição do FITA - Festival Internacional de Teatro do Alentejo. A anfitriã e organizadora Lendias d'Encantar apresenta-se com Vidas Clandestinas, A Ilha do Desamanhã (co-produção com a Companhia Certa do Varazim Teatro) e Kangalutas (com a Folha de Medronho e o Grupo do Teatro do Oprimido da Guiné-Bissau). Aos palcos vão também Alma de Boleros, da Sapo de Otro Pozo (Argentina); Tierra, da Punto Azul (Cuba); La Super Familia, de La Fulana Teatro (Chile); Pareja Abierta, do Teatro Memorias (Honduras); Medea, da Arte Boricua (Porto Rico); EN, da Companhia de Nacional de Danza Contemporánea (República Dominicana); Simone, Mujer Partida, da Mado Y Trillo (Uruguai); e Hominus Brasilis, do Teatro Manual, Aqueles Dois, da Luna Lunera, e Rosa Choque, d'Os Conectores (Brasil).

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