Pela “igualdade menstrual”, este colectivo do Porto distribui pensos e tampões

A partir de 8 de Março, produtos de higiene íntima feminina vão ser distribuídos gratuitamente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Um gesto "simbólico" do Colectivo Feminista de Letras no Dia Internacional da Mulher.

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SookyungAn/Pixabay

O Colectivo Feminista de Letras começou esta segunda-feira, 4 de Março, a recolher pensos higiénicos e tampões. Os produtos vão ser disponibilizados gratuitamente a todos os estudantes nas casas de banho da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) já a partir de 8 de Março.

Numa publicação do Facebook, o colectivo estudantil anunciou a "Menstrual Equality for All" ("Igualdade Menstrual para Todos", numa tradução livre). A campanha visa "assegurar às pessoas que têm menos possibilidades económicas um acesso a esses produtos para a menstruação", explica uma das integrantes, Sandra Pinheiro, ao P3. A estudante de Relações Internacionais defende ser uma questão tão essencial como a distribuição de contraceptivos e que afecta "uma grande parcela da população".

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Colectivo Feminista de Letras

Os alunos poderão doar os produtos higiénicos nas duas caixas disponíveis para o efeito. Em seguida, os recipientes serão colocados nas casas de banho mais frequentadas da faculdade. O projecto ainda não tem duração prevista, mas o grupo pretende que se prolongue "o mais possível". "Como está a ser feito pela primeira vez, vamos ver como corre", diz Sandra.

A escolha da data não é coincidência. As "boas quantidades de doações" já recebidas permitem que a distribuição gratuita se inicie na sexta-feira. Uma maneira de "representar, de uma forma simbólica, o 8 de Março [Dia Internacional da Mulher]", sublinha Diana Pinto, também membro do colectivo. A estudante de História "tem a esperança" de que a iniciativa possa ser replicada noutras instituições académicas — tal como aconteceu na formação do Colectivo Feminista de Letras — já que o projecto funciona à semelhança de outras campanhas realizadas na Escócia e junto dos refugiados em Calais, França.

A jovem de 22 anos crê ainda que a visibilidade da campanha possa "combater o estigma" prevalente em relação à menstruação. "Afecta mais de metade da população mundial, não há razão para ainda ser tão assustador falarmos sobre isso", defende Diana.

Este ano, além de um jogo de tabuleiro alusivo ao sistema reprodutor feminino, o novo emoji da gota de sangue promete normalizar as conversas sobre este tópico. O Óscar para a Melhor Curta-Metragem Documental foi, inclusivamente, para um filme acerca da menstruação — Period. End of Sentence

O colectivo estudantil vai estar presente na Greve Feminista Internacional, a primeira do género realizada em Portugal. Embora actuem "sobretudo" de um "ponto de vista estudantil", a 8 de Março, Diana garante: "Estamos lá no apoio a todas as nossas irmãs, todas as outras mulheres, nas várias vertentes da greve."

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