Presidente da Vale obrigado a renunciar ao cargo por causa da tragédia de Brumadinho

A agência de avaliação de risco Moody's baixou a nota da Vale para o nível “lixo”, e o Ministério Público e a Polícia Federal consideraram que a direcção da empresa estava a atrapalhar as investigações.

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Fabio Schvartsman pediu um afastamento "temporário" da direcção Ueslei Marcelino/REUTERS

O presidente da empresa de minas brasileira Vale renunciou ao cargo no sábado, pressionado com as investigações sobre a ruptura de uma barragem de resíduos em Brumadinho, que fez pelo menos 186 mortos e 122 desaparecidos.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, Fabio Schvartsman e três executivos da Vale, a maior produtora de ferro do mundo, comunicaram o afastamento “temporário” dos cargos após reunião do conselho de administração da empresa, na noite de sábado.

Na sexta-feira, o Ministério Público Federal, o Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Federal tinham entregue um documento a advogados da empresa recomendando o afastamento dos executivos e outros dez funcionários, enquanto são apuradas as causas e a responsabilidade da ruptura da barragem de Brumadinho, município mineiro no Sudeste do Brasil, diz o site brasileiro UOL.

A acção dos executivos junto dos funcionários da Vale estaria a atrapalhar as investigações, dizem os elementos da equipa que está a investigar o caso, citados pelo UOL. Além disso, a divulgação pela empresa do acordo para pagamento da ajuda de emergência para os atingidos como uma iniciativa da empresa provocou desconforto.

O promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, André Sperling, disse que a empresa pretendia pagar esta ajuda apenas apenas aos habitantes das duas localidades mais atingidas, Parque da Cachoeira e de Córrego do Feijão, mas foi obrigada a estender a indemnização a todos os moradores de Brumadinho.

Na semana passada, a agência de avaliação de risco Moody's baixou a nota da Vale para o nível “lixo”, e a Standard & Poor's pode vir a fazer o mesmo. As acções da Vale já perderam 25% do seu valor desde 25 de Janeiro, quando aconteceu a tragédia em Brumadinho.

Nesse dia, uma das represas de armazenamento de resíduos da exploração da actividade mineira do grupo Vale em Brumadinho sofreu uma ruptura e causou um deslizamento de terras que enterrou as instalações da própria empresa e centenas de propriedades rurais.

Foi o segundo acidente deste tipo em que a Vale se viu envolvida nos últimos quatro anos, depois de Mariana, em que foram libertadas quantidades muito maiores quantidades de materiais tóxicos, mas houve muito menos vítimas humanas.

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