O designer português Diogo Miranda apresentou esta quarta-feira a sua colecção Outono/Inverno em Paris, no Oratório do Louvre — uma igreja protestante ao lado do museu —, apostando nos detalhes masculinos com interpretação feminina e sempre com o ícone francês Catherine Deneuve em mente.
O filme Indochina, de 1992, valeu a Catherine Deneuve a sua primeira e única nomeação para um Óscar e também a inspiração para um guarda-roupa desenhado por Diogo Miranda. “Queria que estivéssemos aqui a assistir a um guarda-roupa para ela. Tem apontamentos masculinos, que é o que vemos no filme com os casacos brancos, aquela inspiração náutica com os botões dourados, as golas náuticas. Trabalhei estes pormenores masculinos de uma forma feminina”, explica o criador.
Com silhuetas dos anos 1930 e 1940, período histórico em que decorre o filme, Diogo Miranda apostou no chiffon de seda para os volumes das mangas, nas saias plissadas e nas blusas de laçada, assim como em vestidos pelo joelho e alguns mais longos em preto, azul marinho e branco. Os casacos para o frio não faltaram, especialmente em tons de branco e azul. Também as correntes protagonizaram este desfile, que incluiu cerca de 30 coordenados.
Com presença nos eventos paralelos da Semana da Moda de Paris desde 2015, Diogo Miranda considera que vir a esta mostra lhe tem permitido fazer contactos, especialmente com agências de imagem e comunicação e ainda “pessoas importantes” na indústria da moda. O designer deu o exemplo de Caroline de Maigret, ex-manequim, actriz e produtora musical francesa, que vestiu recentemente uma criação sua.
No final da tarde, Luís Buchinho apresentou a sua colecção inspirada na mulher aviadora no mesmo local. A presença dos dois designers em Paris teve o apoio do Portugal Fashion, um projecto da responsabilidade da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), desenvolvido em parceria com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).