África
Nigéria: o que desejam os jovens para o dia a seguir às eleições?
As eleições presidenciais e legislativas na Nigéria disputam-se a 23 de Fevereiro, após adiamento de uma semana justificado por problemas logísticos e de segurança. O desfecho das duas corridas pode encontrar-se nas mãos dos jovens nigerianos de idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, que representam metade do eleitorado de um país marcado e traumatizado pela elevada taxa de desemprego jovem que empurra milhares para o mundo do crime. Com o objectivo de tentar perceber este eleitorado específico, vários fotógrafos da agência Reuters inquiriram quase duas dezenas de jovens sobre a intenção de voto e desejos para o futuro do país.
Os candidatos à presidência são 71 — um número recorde —, mas os observadores internacionais acreditam que o cargo será disputado sobretudo entre o actual Presidente, Muhammadu Buhari, e o ex-vice-Presidente, Atiku Abubakar. As previsões não favorecem Buhari, que provou não ter sido capaz de dar resposta ao problema do aumento galopante da taxa de desemprego. Em apenas quatro anos, a taxa de desemprego passou dos 8,2% para os 23,1%; os mais afectados têm, precisamente, menos de 35 anos. Poucos acreditam, contudo, que algum dos candidatos tenha a capacidade de fazer face aos principais desafios que se impõem: a insegurança, a corrupção, o desemprego jovem.
O grupo islamista radical Boko Haram continua a espalhar o terror no Nordeste do país e os homicídios multiplicam-se na região central, na sequência de confrontos entre grupos de agricultores sedentários e criadores de gado nómadas. Só nos últimos dois anos, este conflito provocou a morte de 4000 pessoas. A exportação em grande escala de petróleo e gás natural não se revela útil na erradicação da pobreza no país, já que mais de 90 milhões de nigerianos vivem com menos de 1,7 euros por dia.