A juventude “encarnada” deu conta do recado
Com seis jogadores da formação no “onze”, o Benfica venceu pela primeira vez na história em solo turco. Triunfo sobre o Galatasaray deixa a equipa de Bruno Lage perto dos oitavos-de-final da Liga Europa.
Metade do trabalho está feito. O Benfica venceu no terreno do Galatasaray (1-2), na primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa, e dentro de uma semana defende na Luz a vantagem – e os dois golos marcados fora de casa – na decisão da eliminatória. Numa partida em que Bruno Lage assumiu a aposta na juventude (seis jogadores formados no Seixal integraram o “onze”), foram Salvio e Seferovic, dois dos jogadores mais velhos, da convocatória, a assinar os golos. E a oferecer ao Benfica o primeiro triunfo da sua história em solo turco, após sete viagens que tinham terminado em empate (quatro) ou derrota (três).
Na noite da sua estreia europeia, Bruno Lage decidiu proporcionar a estreia nas provas da UEFA a três jogadores: Yuri Ribeiro, Ferro e Florentino Luís. Num “onze” com seis mudanças relativamente à partida contra o Nacional, que terminou com o histórico 10-0, o técnico renovou totalmente a linha de meio-campo, poupando a dupla Samaris/Gabriel para lançar os jovens Florentino (estreou-se a titular) e Gedson. E nas faixas laterais escolheu Salvio e Cervi. As restantes mudanças estiveram na defesa, com o francês Corchia a fazer o quarto jogo pela equipa principal do Benfica – até agora só tinha sido utilizado na Taça de Portugal – e Yuri Ribeiro a alinhar no lado esquerdo.
O volume de alterações implicou um período de adaptação do Benfica, que passou por alguns calafrios – graças a Vlachodimos e à falta de pontaria do Galatasaray não foram mais do que isso. No momento de maior apuro, o guarda-redes foi rápido a reagir quando três jogadores surgiam isolados na sequência de um ressalto após livre (18’). Logo a seguir Onyekuru teve nos pés a oportunidade de fazer golo, mas o remate foi desviado. E Feghouli ameaçou de fora da área, mas atirou ao lado.
Na equipa “encarnada” as peças ainda estavam a encaixar umas nas outras. E, quando finalmente ficou tudo afinado, a equipa de Bruno Lage criou perigo: Yuri Ribeiro cruzou na esquerda e Marcão, pressionado, terá cortado a bola com o braço – sem VAR para rever o lance, valeu a decisão do árbitro. Muslera adivinhou a direcção do remate de Salvio, mas não lhe chegou.
Os turcos, que estavam melhor, perderam alguma acutilância a partir do momento em que ficaram em desvantagem no marcador. E, apesar de terem voltado a rondar a baliza do Benfica, não conseguiram criar perigo. Primeiro Diagne tocou de cabeça, após livre, mas a emenda não surgiu. E antes do intervalo, na sequência de um canto, Vlachodimos largou a bola mas ninguém aproveitou.
A juventude “encarnada” estava a dar conta do recado. Mas no único confronto dos 16 avos-de-final da Liga Europa entre equipas vindas da Liga dos Campeões a falta de experiência teria sempre um preço. E a estreia europeia de Yuri Ribeiro ficaria manchada pela forma como falhou no lance que deu o 1-1 ao Galatasaray. Após cruzamento de Nagatomo na esquerda, Luyindama aproveitou as facilidades e cabeceou para o empate.
Era um resultado enganador, porque o Galatasaray não mostrava qualidade para rivalizar com o Benfica. A falta de eficácia dos turcos no ataque tinha reflexo nas facilidades que davam na defesa. E o mesmo Luyindama que fez o 1-1 quase ofereceu o 1-2: pressionado por Gedson, perdeu a bola para Seferovic, mas Muslera segurou o remate do suíço.
Não foi nessa altura, mas não tardou muito a chegar o segundo golo “encarnado”. Num lançamento longo de Rúben Dias, a defesa do Galatasaray demorou a reagir e aproveitou Seferovic, que leu bem o lance, ganhou no corpo a corpo com Marcão e recolocou o Benfica em vantagem no marcador.
Não foi o fim do Galatasaray, mas quase: no último suspiro Luyindama tentou evitar a derrota, mas Vlachodimos correspondeu com uma grande defesa.