Marisa Matias e Catarina Martins afinadas na luta contra as imposições da Europa

As bloquistas alertaram para a importância das eleições europeias que se avizinham. Marisa Matias atacou Paulo Portas por causa da Venezuela.

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Os discursos das bloquistas encerraram o primeiro dia das jornadas do BE Rui Gaudêncio

A eurodeputada bloquista Marisa Matias defendeu, nesta segunda-feira à noite, nas jornadas parlamentares no distrito de Aveiro, a necessidade de mais investimento público e lembrou a importância das eleições europeias para responder a vários problemas do país. A coordenadora do partido deu um empurrão final à mensagem, afirmando que a também cabeça de lista às europeias precisa de “mais companhia” no Parlamento Europeu.

Antes, Marisa Matias tinha garantido que o partido que representa está pronto para apresentar um plano económico para responder às “necessidades das pessoas e do ambiente”, insistindo que é preciso inverter os “mínimos históricos” registados em Portugal no investimento público. Criticou o Plano Juncker e o programa Portugal 2020 e acusou este Governo de não usar os fundos comunitários para reduzir as assimetrias regionais, continuando a canalizá-los maioritariamente para as regiões de Lisboa e Porto.

Também dirigiu críticas ao primeiro-ministro e ao ministro das Infra-estruturas por o Governo ter voltado a anunciar uma solução com autocarros eléctricos, para o antigo problema do Ramal da Lousã. Argumentou que vão pelo mesmo caminho que a direita já trilhou e que o BE, pelo contrário, defende a ferrovia.

Catarina Martins insistiu igualmente que as europeias representam um momento importante para as lutas da esquerda e que não são algo “distante”. Lembrou as imposições de Bruxelas às conquistas sociais e sublinhou que não se trata de não ser europeísta, mas de se pensar no caminho que se quer fazer: “Quando lutamos pelo nosso país, temos de lutar, sim, na Europa, e é isso que a Marisa Matias tem feito”, disse, garantindo que “em breve” a candidata apresentará o programa europeu do BE, mas deixando, desde já, o aviso: “Não podemos ser subservientes, para que a voz do povo seja ouvida”.

Na primeira parte do discurso, Marisa Matias dirigiu duras críticas ao PSD e ao CDS por causa das relações que mantiveram no passado com a Venezuela de Nicolás Maduro, críticas essas que foram dirigidas sobretudo ao antigo governante Paulo Portas, considerando que eram “amigos” em 2014 e “inimigos” agora. Marisa Matias falou em “oportunismos de última hora”, referindo-se à direita portuguesa que punha os “negócios à frente dos direitos humanos”.

“Nós tivemos sempre uma atitude coerente, não são eles que nos vão dar lições de moral”, afirmou, acrescentando que o BE não está, nesta questão, ao lado de Trump nem de Bolsonaro, mas de António Guterres e das Nações Unidas.

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