As datas de validade não são todas iguais e saber distingui-las pode ajudar a diminuir o desperdício alimentar. É isto que mostra uma nova campanha do sector da distribuição, pensada para ajudar a interpretar e distinguir as datas de validade dos produtos, disse o director-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), à Lusa. "É uma campanha de esclarecimento", no âmbito da Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, já que há "má interpretação dos rótulos, dos prazos de validade", disse Gonçalo Lobo Xavier.
"Há produtos que estão a aproximar-se do fim de vida comercial, mas ainda estão em condições excelentes de consumo", sublinhou o responsável. Entre estes produtos constam, por exemplo, bolachas ou conservas, entre outros. "São produtos que têm segurança alimentar, mas do ponto de vista comercial" já não podem ser vendidos, disse, adiantando que o objectivo é rentabilizar o consumo dos produtos alimentares e, acima de tudo, evitar o seu desperdício.
Assim, "em mais de 1200" dos associados da APED — nos quais se contam as cadeias Aldi, Continente (do grupo Sonae, proprietário do PÚBLICO), DIA - Minipreço, El Corte Inglés, Intermarché, Ikea, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Novo Horizonte e Pingo Doce — haverá informação sobre como ler os prazos de validade, nas lojas e online.
O site da APED também terá informação a esclarecer as diferenças entre "data limite de consumo" e "datas de durabilidade mínima", além de um conjunto de dicas para conservar os produtos, e explicação sobre quais os produtos sem validade ou produtos com indicação de aproximação de fim de prazo de validade.
"Segundo dados da União Europeia, estima-se que o retalho seja responsável por 5% do desperdício alimentar", sendo que a maior fatia advém do consumo doméstico, com um peso de 42%, acrescentou o director-geral da APED.
Daí a importância "em sensibilizar as pessoas para o combate ao desperdício alimentar, mas também de interpretação de datas de validade", acrescentou. O director-geral da APED adiantou que as cadeias de retalho associadas "comprometeram-se a ter locais específicos nas suas lojas que facilitem a venda de produtos com prazo limite" e a reencaminharem produtos, cujo prazo já não permita comercializar, para Instituições Particulares de Solidariedade Social e outras entidades que os consumam de imediato.