Já não há dúvidas: Julen Jiménez, o menino que está desaparecido desde domingo, está dentro do poço com mais de 100 metros de profundidade em Totalán, Málaga. Na manhã desta quarta-feira, as equipas de resgate encontraram pedaços de cabelo que, depois da prova de ADN, confirmaram que o menino se encontra naquele buraco.

O ADN do cabelo coincide com o do saco de guloseimas e biberão de plástico encontrados na segunda-feira, que pertenciam ao menino e continham restos de ADN presentes na sua saliva.

“O meu filho está aqui, que ninguém ponha isso em causa. Quem me dera que fosse impossível que estivesse no poço, como o ouvi. Quem me dera ser eu enterrado ali em baixo e que ele estivesse cá em cima com a sua mãe”, disse José, pai de Julen, citado pelo El País.

Os trabalhos na zona “continuam sem descanso”, de acordo com a subdelegada do Governo de Málaga, María Gámez, que falou ao mesmo jornal. Neste momento, há um tubo a aspirar o “tampão de material” que impede as equipas de salvamento de chegar ao local onde pensam estar o menino – a 75 metros de profundidade – e trabalha-se a execução do túnel horizontal, anunciado na terça-feira como a solução mais viável. De acordo com o jornal malaguenho Sur, esse túnel começará a ser escavado entre as 19h e as 20h desta quarta-feira.

A profundidade e da orografia do terreno – o poço, com mais de cem metros de profundidade e apenas 25 centímetros de largura situa-se na serra de Totalán, em Málaga –​ está a dificultar as operações.

"Informações falsas" "fazem sofrer a família"

Durante o dia alguns meios de comunicação social espanhóis avançaram que o menino já tinha sido localizado. Não é verdade, veio entretanto esclarecer um porta-voz do Governo. “Estão a ser difundidas informações falsas que fazem sofrer a família”, disse um porta-voz da Guarda Civil, citado pelo diário ABC.

Julen desapareceu no domingo, enquanto brincava com um dos seus familiares, num terreno propriedade da família, em Totalán, a 22 quilómetros de Málaga. Um adulto que estava presente no local viu-o a cair dentro do orifício. Durante alguns segundos ainda o ouviram a chorar, enquanto caía; depois, silêncio.

Desde então, as operações de resgate, lideradas pela Guarda Civil, contam com mais de cem operacionais no local e com a ajuda de várias empresas privadas que entraram em contacto para ajudar. O poço estava sem protecção e sem sinalização num terreno sem demarcação, na serra de Totalán, em Málaga. A orografia impossibilita que os meios necessários cheguem ao local.