James Blake, Solange e Interpol no Nos Primavera Sound
O festival que decorre no Porto, de 6 a 8 de Junho, revelou esta quarta-feira o seu cartaz. James Blake, Solange, Interpol, Erykah Badu, Rosalía, Low, Neneh Cherry ou Stereolab são alguns dos nomes que constituem o ecléctico cartaz do evento.
Não há Lorde e, especialmente, Nick Cave, cabeças de cartaz indiscutíveis da edição do ano passado. Mas existem muitas figuras de relevo da soul, do rock, do hip-hop ou da pop electrónica, misturados com nomes emergentes ainda pouco conhecidos do grande público, como tem sido norma no festival ao longo das suas sete edições. Será assim o cartaz do 8.º Nos Primavera Sound, ficou a saber-se esta quarta-feira, numa edição que se realiza este ano, de 6 a 8 de Junho, como habitualmente no magnífico recinto do Parque da Cidade do Porto.
Haverá certamente muita soul. Em primeiro lugar com Solange, que é muito mais do que a irmã de Beyoncé, tendo lançado três álbuns em que consegue comunicar com o ouvinte de maneira tão particular quanto universal. E depois com Erykah Badu, não só uma voz magnífica, como alguém que navega há muitos anos com uma mestria imperial pela soul, funk ou hip-hop.
Na edição de 2013 poucos acreditavam que a música intimista e digitalizada do inglês James Blake funcionaria num ambiente de massas, mas ele tratou de mostrar o contrário, tudo indicando que o venha a repetir este ano, precisamente na altura em que se prepara para lançar o ambicioso novo álbum (esta sexta-feira), que conta com colaborações de Rosalía, Travis Scott ou André 3000.
O rock dos americanos Interpol ou as sonoridades urbanas do colombiano J Balvin são outros nomes que encabeçam uma programação ecléctica, num total de 70 nomes, que vão passar pelo Porto. A cantora espanhola do momento, Rosalía, autora de El Mal Querer, melhor disco pop de 2018 para o Ípsilon, e o regresso aos palcos dos Stereolab serão outros momentos relevantes. A seu lado estará também o rock combativo de Courtney Barnett, o novo espectáculo cénico do ex-Pulp Jarvis Cocker, o hip-hop mutante de Danny Brown e da poetisa Kate Tempest ou a música brasileira de Jorge Ben Jor. Para apoteoses electrónicas haverá que contar com o duo alemão Modeselektor, ou com uma das personalidades mais conhecidas do circuito tecno dos últimos anos, Nina Kraviz.
O rock dos veteranos Guided by Voices ou dos Shellac andará ao lado de algumas das vozes do futuro da pop electrónica, como Mura Masa e a americana de ascendência coreana Yaeji, enquanto a nova expressão do indie-rock será representada pela americana Snail Mail. As abordagens mais experimentais ficam a cargo dos veteranos Low, que se renovaram no magnífico álbum Double Negative do ano passado, e os devaneios pop cabem aos experimentalistas Yves Tumor (do álbum Safe in the Hands of Love) ou SOPHIE (de Oil of Every Pearl’s Un-Sides). Para abordagens ao R&B mais descontraído e lúdico há a colombiana Kali Uchis e para aventuras em torno da canção inspirada no hip-hop a Neneh Cherry do último álbum, o festejado Broken Politics.
A folk tingida de rock dos americanos Big Thief, os sonhos sintéticos da britânica Tirzah do álbum Devotion do ano passado, a apoteose de improviso em torno de uma ideia muito livre do que é o jazz pelos britânicos Sons of Kemet, o cruzamento de estilos do estónio Tommy Cash, ou os devaneios de Men I Trust, Miya Folick ou Aldous Harding serão outros nomes a ter debaixo de olho.
Os que precisam de electrónica podem ficar tranquilos. A procissão de batidas fica completa com Peggy Gou, Courtesy, Helena Hauff, Joy Orbison, Roza Terenzi, Boddika, Job Jobse, David August, Dr. Rubinstein, Jasss ou Mad Miran.
A representação portuguesa este ano será protagonizada pela visão global de Dino D’ Santiago exposta no álbum Mundu Nôbu, pelo hip-hop denso e impetuoso de Allen Halloween e pelo encontro de gerações resultante da reunião de Lena d’Água e Primeira Dama com a Banda Xita. A estes junta-se ainda a visão alternativa de Surma, o rap de ProfJam, a electrónica de Mai Kino e o poder da música de dança no feminino com Jackie e Violet.
O hip-hop de JPEGMAFIA, o punk dos Amyl and the Sniffers ou Fucked Up, o jazz de Nubya Garcia ou o pós-punk dos Viagra Boys são outros nomes num elenco vasto que integra ainda, entre outros, Hop Along, Nilüfer Yanya,Tomberlin, Jambinai, MorMor, Let’s Eat Grandma, Liz Phair, Lucy Dacus, Mykki Blanco ou Ama Lou.
O ano passado, segundo a organização, passaram diariamente pelo recinto cerca de 30 mil espectadores de dezenas de países, tendo ficado na memória concertos de Father John Misty, Lorde, Fever Ray, Superorganism, Kelela, Nils Frahm, War on Drugs ou esse acontecimento que foi o espectáculo de Nick Cave & The Bad Seeds.
Foi uma edição que correu muito bem. A fasquia está alta. Vamos ver o que acontece em 2019. Para já, no plano teórico, não faltam motivos de interesse. Os passes gerais estão à venda por 103€ e podem ser adquiridos em bol.pt, Ticketea, portal Nos Primavera Sound e pontos de venda habituais (Fnac, CTT, El Corte Inglés) ou através do travel package da Festicket que inclui, para além do passe geral, o alojamento durante os dias do festival.
Por dias o cartaz fica organizado assim:
6 Junho
Solange
Stereolab
Jarvis Cocker introducing Jarv Is
Danny Brown
Peggy Lou
Yaeji
Lizzo
Tommy Cash
Let’s Eat Grandma
Mormor
Ama Lou
Christina Rosenvinge
Job Jobse
Nilüfer Yanya
Miya Folick
Allen Halloween
Photonz
Mai Kino
Roza Terenzi
Dino D’Santiago
7 Junho
J Balvin
Interpol
James Blake
Courtney Barnett
Mura Masa
Kali Uchis
Liz Phair
Sophie
David August
Sons of Kemet XL
Fucked Up
JPEGMafia
Helena Hauff
Shellac
Aldous Harding
Lisabö
Jambinai
Courtesy
Surma
Men I Trust
Nubya Gacia
Dr. Rubinstein
Profjam
Jasss
8 Junho
Erykah Badu
Rosalía
Jorge Ben Jor
Modeselektor (live)
Nina Kraviz
Guided by Voices
Neneh Cherry
Low
Kate Tempest
Big Thief
Joy Orbison
Yves Tumor (full band)
Snail Mail
Lucy Dacus
Tirzah
Boddika
Mykki Blanco
Amyl and the Sniffers
Hop Along
Tomberlin
Viagra Boys
Mad Miran
O Terno
Lena D’Água e Primeira Dama
Jackie