Marcelo deu palco aos dois lados, mas ficou em silêncio

O chefe de Estado marcou encontro com Rio já depois de ter recebido o pedido de audiência de Montenegro.

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Marcelo reuniu-se com Rio logo no dia do desafio de Montenegro LUSA/José Coelho

Depois de um primeiro momento de estupefacção, Marcelo Rebelo de Sousa assiste agora à crise interna do PSD convencido de que é tempestade de pouca dura e de que, depois do conselho nacional de quinta-feira, acabarão todos por ir tranquilamente para casa com a sensação de dever cumprido.

A opinião de Marcelo, sabe o PÚBLICO, é idêntica à de Marques Mendes: a jogada de Montenegro é apenas para ocupar espaço a outros putativos candidatos e colocar-se na pole position para o pós-legislativas. E Rui Rio tem condições para ver aprovada a moção de confiança ao conselho nacional, saindo reforçado… até perder as eleições nacionais.

A verdade é que Marcelo não resistiu a aparecer na equação, pelo menos pela forma como deu palco aos dois protagonistas da contenda. Na sexta-feira, depois de receber o pedido de audiência de Luís Montenegro que agendou para esta segunda-feira, o Presidente da República rumou ao Porto para assistir a um (oportuno) concerto na Casa da Música.

Pretexto para convidar Rui Rio para uma reunião num hotel do Porto – que logo tornou pública -, alegando ser “uma emergência” devido aos diplomas da descentralização, mas na qual poucos acreditam que não tenham sido trocadas umas palavras sobre o PSD.

À saída do encontro, Rio teve oportunidade de entrar em directo para as televisões dizendo que a resposta a Montenegro não tardaria… o que aconteceu no dia seguinte, com o previsível “não” às directas. O contra-ataque da direcção do PSD teve resposta do próprio Montenegro na ilustre sala das Bicas, em Belém, nesta segunda-feira, também com directos televisivos garantidos.

Por seu lado, Marcelo reforçou a mensagem de que está atento e preocupado com a existência de uma alternativa forte, mas mantém equidistância em contendas. Ainda que lhe desagrade alguma desorientação estratégica da direcção do PSD e não tenha gostado, por exemplo, de ser visado por David Justino no caso das propinas, em vez de ver as baterias apontadas ao Governo, Marcelo não vai dar sinais de apoio a nenhuma das partes e por isso se antecipou a reunir-se com Rui Rio antes de receber Montenegro.

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