Ministro da Defesa quer "aproximação" entre Forças Armadas e sociedade
João Gomes Cravinho defendeu a ligação ao povo como um investimento importante para o futuro da defesa nacional portuguesa.
O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, assinalou hoje que o conhecimento sobre a Defesa e sobre as Forças Armadas é insuficiente junto da sociedade em geral e defendeu que "compete a todos" uma aproximação.
"Nunca houve tanta informação, tanta forma de aceder a conhecimento. Infelizmente, o conhecimento relativo à Defesa Nacional é ainda insuficientemente disseminado na nossa sociedade", disse.
O ministro intervinha na cerimónia que assinalou o Dia da Academia Militar, em Lisboa, e na qual participaram o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Nunes da Fonseca, e anteriores CEME, Rovisco Duarte e Carlos Jerónimo, entre vários oficiais generais presentes.
Considerando que a "ligação" das Forças Armadas e da Defesa à sociedade é "um desafio permanente", Gomes Cravinho afirmou que "compete a todos procurar uma aproximação, esclarecer e dar a conhecer".
Às instituições de ensino superior militar cabe "afirmar as especificidades do pensamento e do ensino militar, ao mesmo tempo que beneficiam das abordagens multidisciplinares" e "experiências distintas" que a sociedade portuguesa integra, disse.
Como exemplo, o ministro propôs à Academia Militar que incorpore "na sua formação as questões de género e que aumente a presença feminina entre os seus alunos" que actualmente representam 10% do total.
Gomes Cravinho destacou que a Academia Militar "tem sido pioneira" no ensino e investigação na área da ciberdefesa, com uma pós-graduação em articulação com o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.
O investimento na formação em ciberdefesa está em sintonia com "as prioridades do país e da Defesa Nacional", tal como na área da "liderança", disse.
Antes, o director da Academia Militar, major-general Vieira Borges, referiu que, pelo terceiro ano consecutivo, a Academia Militar ultrapassou o milhar de candidatos, com 1.043 candidatos em 2018, que preencheram as 93 vagas autorizadas, 63 das quais para o Exército e 30 para a GNR.
Entre as prioridades para 2019, o director da Academia Militar apontou a "melhoria da qualidade da formação militar e comportamental dos alunos" com as "actualizações do novo paradigma da segurança e defesa", visando o reforço da autonomia, da iniciativa e da inovação.
Mais investimento no corpo docente, em especial dos militares, o reforço das ciências militares e da investigação e a "melhoria da funcionalidade e habitabilidade das instalações" da Academia Militar nos aquartelamentos da Amadora e de Lisboa foram as outras prioridades definidas pelo general.