Trump fala aos americanos e pode declarar "emergência nacional" na fronteira com o México
Presidente norte-americano fala ao país às 21h locais (02h de quarta-feira em Portugal Continental). Vai insistir na construção do muro na fronteira Sul.
Donald Trump vai dirigir-se à nação americana, em directo, através da televisão, para uma declaração sobre política de imigração e a “crise humanitária e de segurança nacional” que diz estar a ser vivida na fronteira norte-americana com o México. A comunicação será feita na noite desta terça-feira às 21h locais (02h de quarta-feira em Portugal Continental). Na quinta-feira, o Presidente dos EUA vai ainda visitar a região fronteiriça.
Segundo os media dos EUA, Trump vai declarar uma emergência nacional na fronteira. É a sua última tentativa para convencer a maioria democrata no Congresso a aprovar o orçamento (o equivalente a 4,8 mil milhões de euros) para a construção do muro que prometeu na campanha eleitoral e que, ao ser negado, levou a um encerramento parcial do Governo.
O Presidente não abdica de uma das suas principais promessas de campanha, um projecto dispendioso que diz ser necessário para conter a imigração ilegal e salvaguardar a segurança nacional, aludindo a ameaças terroristas, sem fornecer provas. Por seu turno, a oposição democrata, liderada na Câmara dos Representantes por Nancy Pelosi, considera a construção do muro cara, ineficiente, "imoral" e contrária aos valores americanos.
Pelosi e Chuck Schumer, líder dos democratas no Senado (são minoritários) farão o contraditório, depois de ouvirem o discurso de Trump.
Na segunda-feira quando foi feito o anúncio de que Trump falaria ao país, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, anunciou na rede social Twitter que Trump visitará a fronteira Sul na quinta-feira.
A autoridade de aviação dos EUA informou entretanto que o espaço aéreo na zona de McAllen, no Texas, vai estar encerrado devido a um "movimento VIP", sugerindo que será aquele estado o destino de Trump.
McAllen, cidade fronteiriça de 142 mil habitantes, alberga instalações da polícia fronteiriça onde se encontram detidos muitos imigrantes que passaram ilegalmente a fronteira. Foi também ali que a primeira-dama, Melania Trump, se deslocou em visita a um abrigo para crianças imigrantes em Junho.
A comunicação ao país e a visita marcada para esta semana são o mais forte indício de que Trump não está disposto a abdicar da lei de financiamento da administração pública que inclua verbas para a construção de um muro ao longo da fronteira com o México.
Parte do sector público encontra-se paralisado devido ao impasse, o que afecta 800 mil funcionários.
Na semana passada, Trump disse aos membros do Congresso que o shutdown pode prolongar-se por meses.
No entanto, é provável que a pressão para chegar a um acordo aumente à medida que os efeitos da paralisação comecem a ser mais sentidos pela população, incluindo possíveis cortes nos salários, atrasos no pagamento de programas de assistência alimentar e atrasos no reembolso de impostos.