Apesar do arranque negativo, PSI-20 fecha primeira sessão do ano ligeiramente positiva

Queda da actividade industrial na China agravou sentimento negativo na abertura das praças europeias, acentuando as fortes desvalorizações do ano passado. O encerramento foi misto.

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Bolsa Nacional, gerida pela Euronext, arranca negativo. Nuno Ferreira Santos

A bolsa de Lisboa iniciou o novo ano em queda, recuando mais de 1,5% ao início da manhã desta quarta-feira, perdas que foram sendo recuperadas ao longo da sessão até encerrar com um valorização muito modesta, de 0.2%. Em 2018, o principal índice da praça portuguesa, o PSI 20, acumulou uma desvalorização de 12,19%.

Nos restantes mercados europeus, a primeira sessão bolsista de 2019 começou com desvalorizações entre 1% e 2%, que no caso do principal índice francês superam mesmo os 2%. O encerramento foi misto, com alguns índices a encerrar em queda, mas inferior ao da abertura, como foi o caso do CAC francês, ou do AEX holandês, e outros a atingir valores ligeiramente positivos, como o vizinho IBEX (0,12%) ou o DAX alemão (0,2%).

As bolsas norte-americanas também iniciaram o novo ano ligeiramente negativas.

A assustar os investidores continuam as “velhas” preocupações, com destaque para a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, com impacto não só na economia chinesa, mas no mercado global. Os dados da actividade fabril na China, revelados pelo índice de Gestores de Compra da Caixin/Markit (PMI) para Dezembro foram decepcionantes, ao cair de 50,2 pontos em Novembro para 49,7, naquela que é a primeira contracção em dois anos.

Os receios do “Brexit”, a crise em Itália, a instabilidade social em França, visível nos protestos dos “coletes amarelos”, o crescimento de regimes de extrema-direita em vários países europeus, são factores negativos que continuam presentes nos mercados financeiros mundiais.

Como sempre acontece nos momentos de instabilidade, os investidores procuram refúgio em activos mais seguros, e isso é visível compra de obrigações alemãs, levando à queda da respectiva taxa de juro. Segundo a Reuters, a yield a 10 anos caiu para 0,17%, o nível mais baixo desde Abril de 2017.

Na bolsa nacional, a queda de 12,19% do PSI-20 em 2018 foi maior desde 2014, e contrasta com uma valorização de 15% em 2017. Praticamente todas as cotadas fecharam o ano no "vermelho", atirando o valor do índice para um nível inferior aos cinco mil pontos. Vários índices europeus registaram perdas mais expressivas, como IBEX, que recuou perto de 15% e o DAX, cuja desvalorização superou os 18%.

No último ano, a praça nacional voltou a ficar marcada pela saída de seis empresas, com destaque para BPI, Luz Saúde e Sumol+Compal, agravando a tendência de perda de cotadas que se verifica há vários anos. No último ano, três empresas tentaram entrar em bolsa e não conseguiram, a Sonae MC, a Vista Alegre, a Science4you (esta última adiou a operação), em boa parte pela ausência dos maiores investidores nacionais.

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