CaixaBank passa a deter a totalidade do capital do BPI
Espanhóis exerceram o direito de aquisição potestativa dos títulos que eram detidos por accionistas que “não aceitaram voluntariamente a oferta de compra”.
O espanhol CaixaBank exerceu o direito potestativo de aquisição de 59.650.013 acções do BPI, ficando assim a deter a totalidade do capital social do banco, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O CaixaBank exerceu o direito de compra destes títulos, que eram detidos por accionistas que “não aceitaram voluntariamente a oferta de compra” e ficou assim com 1.456.924.237 acções, ou seja, com o total do capital social do banco português.
Com esta acção, o CaixaBank “procedeu ao registo comercial e publicação da aquisição potestativa”, encerrando o processo de compra de acções do BPI.
Entre os dias 15 e 26 de Dezembro, o CaixaBank comprou 13.931.841 acções do BPI, sendo que nessa altura, em termos acumulados, ficou com “um total de 1.397.274.224 acções”, ficando a faltar os já referidos 50.650.013 títulos.
O mesmo comunicado recordou que a instituição financeira espanhola apresentou uma “oferta de aquisição das acções detidas por todos os accionistas do BPI, ao preço unitário de 1,47 euros” um valor definido por um auditor independente a pedido da CMVM. Esta oferta esteve em vigor até ao dia 26 de Dezembro, mas não conseguiu obter a totalidade das acções pretendidas.
Por isso, o CaixaBank exerceu o direito de aquisição potestativa dos títulos.
A CMVM aprovou a 14 de Dezembro a perda de qualidade de sociedade aberta do BPI, ou seja, a saída de bolsa.
Em comunicado, a CMVM referiu que, “na sequência do requerimento apresentado em 12 de Julho de 2018 pelo Banco BPI, foi deliberado pelo Conselho de Administração, em 14 de Dezembro de 2018, deferir, com efeitos a esta data, o pedido de perda da qualidade de sociedade aberta apresentado”.
A CMVM recordou, nessa altura, que o CaixaBank se obrigou a adquirir as acções detidas pelos accionistas que não tenham estado presentes ou representados ou votado favoravelmente a referida deliberação.
A decisão da CMVM implicou "a imediata exclusão da negociação em mercado regulamentado das acções da sociedade e dos valores mobiliários que dão direito à sua subscrição ou aquisição, ficando vedada a sua readmissão pelo prazo de um ano”.
A 10 de Fevereiro de 2017, o BPI deixou de integrar o principal índice da bolsa portuguesa (PSI20), depois de o CaixaBank ter ficado com 84,5% no capital do banco no âmbito de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), tendo-se mantido até 14 de Dezembro no índice geral (Euronext Lisboa Geral).