As novas séries que vamos querer descobrir em 2019
2019 será o ano em que A Guerra dos Tronos, o maior fenómeno televisivo dos nossos dias, chega ao fim. Mas haverá muitas séries novas para descobrir. Mesmo que algumas nunca cheguem cá.
O fim anunciado de A Guerra dos Tronos, a longamente esperada terceira temporada de True Detective, o novo serviço de streaming da Disney e a chegada da plataforma HBO Portugal serão alguns dos acontecimentos televisivos do ano que está quase a começar. Entre o que já sabemos que vai acontecer, há também várias novas séries que merecem alguma atenção. Muitas delas nem têm ainda datas concretas de estreia, mas aqui vão 21 apostas para o novo ano.
Black Monday
Showtime, 20 de Janeiro
Depois de House of Lies, Don Cheadle volta a fazer televisão, desta vez para lançar um olhar sobre a Segunda-feira Negra, o crash da Bolsa de Wall Street a 19 Outubro de 1987. Com produção executiva de Seth Rogen e Evan Goldberg, que também realizam o episódio-piloto, esta série cheia de cocaína, dinheiro, pelo menos um Lamborg e o excesso dos anos 1980 mostra como se chegou até ao apocalipse bolsista. David Caspe, o responsável por Happy Endings, é o co-criador, e o elenco conta também com Regina Hall, que tem andado a ser nomeada para vários prémios pelo papel no filme Support the Girls, e a estrela da Broadway Andrew Rannells, que pertenceu ao elenco de Girls.
I Am the Night
TNT, Janeiro
Patty Jenkins volta a juntar-se a Chris Pine, actor que dirigiu em Mulher Maravilha, para esta minissérie que entronca no famoso homicídio, nunca resolvido, da "Dália Negra". Escrita por Sam Sheridan e realizada por Jenkins, a história centra-se em Fauna Hodel, uma jovem que decide investigar quem é a sua verdadeira mãe após descobrir que é adoptada. Foge de casa, muda-se para Los Angeles e junta-se a um jornalista acabado que descobre que ela tem algo a ver com o caso. Os dois acabam por se cruzar com George Hodel, o sinistro médico de Los Angeles que muitos crêem ter sido o homicida.
Boomerang
BET, 12 de Fevereiro
Na comédia romântica homónima que Reginald Hudlin lançou em 1992 – em Portugal chamou-se O Príncipe das Mulheres, para capitalizar a fama de Um Príncipe em Nova Iorque –, Eddie Murphy era um publicitário chauvinista que crescia como ser humano porque se cruzava com uma mulher que se tratava as pessoas e os parceiros da mesma forma que ele tratava as suas conquistas. Esta sequela passa-se nos dias de hoje e é escrita por Lena Waithe, que ganhou um Emmy por ter escrito um magistral episódio de Master of None e fez parte do elenco de Ready Player One. Halle Berry, actriz do filme original, é uma das produtoras executivas.
Shrill
Hulu, 15 de Março
Em 2016, Lindy West, hoje colunista do The New York Times, escreveu um livro de memórias chamado Shrill: Notes from a Loud Woman. Passados três anos, chega a adaptação em forma de série cómica, co-criada pela própria e por Aidy Bryant, de Saturday Night Live, que é também a protagonista. Bryant faz o papel de uma jornalista que decide mudar de atitude e não deixar que o facto de o mundo a desconsiderar por ser gorda a afecte. No elenco, nomes que vão do realizador John Cameron Mitchell à cómica Patti Harrison, passando por Julia Sweeney, que pertenceu ao elenco de Saturday Night Live décadas antes de Bryant.
Catherine the Great
HBO/Sky
A britânica (Dame) Helen Mirren, que nos últimos só tem aparecido na televisão a fazer dela própria na série cómica de falsos documentários Documentary Now!, transforma-se em Catarina, a Grande (ou Catarina II da Rússia), a imperatriz que governou de 1762 a 1796, nesta co-produção entre a norte-americana HBO e a britânica Sky. A minissérie de quatro episódios, a cargo do romancista e dramaturgo britânico Nigel Williams, centra-se na corte de Catarina no século XVIII, na fase final do seu reinado, quando se envolveu romanticamente com Grigory Potemkin, que será interpretado por Jason Clarke.
Catch-22
Hulu/Channel 4/Sky
Para ser dispensado do serviço militar na Segunda Guerra Mundial, Yossarian tem de ser considerado louco. Mas se pedir para o considerarem louco está a demonstrar uma racionalidade que prova que não o é. Era esta a questão central do romance satírico anti-guerra que Joseph Heller publicou em 1961, uma narrativa não-linear que não se dá bem a adaptações – em 1974, Mike Nichols fez um filme falhado, com alguns elementos interessantes. Agora será uma série com Christopher Abbott no papel principal. Esta co-produção que junta Hulu, Channel 4 e a Sky Italia marcará também o regresso de George Clooney, agora de bigode, à televisão. Luke Davies e David Michôd escrevem.
Devs
FX
Após a morte do namorado, uma jovem engenheira informática convence-se de que uma misteriosa divisão secreta da empresa de tecnologia para a qual trabalha em São Francisco poderá tê-lo mandado matar. É uma criação de Alex Garland, o britânico que se fez notar nos anos 1990 como romancista (é o autor de A Praia), depois como argumentista de filmes como 28 Dias Depois, e posteriormente como realizador, tendo Ex-Machina e Annihilation no currículo. A protagonista é Sonoya Mizuno, que pôde ser vista este ano na série do Netflix Maniac e tem aparecido nos filmes de Garland.
The Righteous Gemstones
HBO
Danny McBride e Jody Hill, a equipa que deu ao mundo séries cómicas como Eastbound & Down e Vice Principals e que, desde o subvalorizado filme The Foot Fist Way, se dedica a fazer rir com os exemplos mais estúpidos de masculinidade que pode haver, aponta agora o foco para uma famosa e pouco dada à moralidade família de tele-evangelistas. Além do próprio McBride, o elenco inclui também John Goodman, que é sempre uma presença bem-vinda em qualquer ecrã, seja ele pequeno ou grande.
The Central Park Five
Netflix
Em 1989, uma mulher foi atacada e violada em pleno Central Park. No ano seguinte, cinco jovens, quatro afro-americanos e outro de origem hispânica, foram condenados pelo crime, tendo sido forçados a confessar. Passaram vários anos na prisão até que, em 2002, o verdadeiro responsável confessou a autoria do crime e um teste de ADN provou a inocência do grupo. Saíram em liberdade e em 2014 a cidade de Nova Iorque indemnizou-os. Donald Trump, tanto nos anos 1980, quando pagou para ter uma página do jornal New York Daily News a pedir a pena de morte para os cinco, quanto nos anos 2010, depois da indemnização, e até em campanha eleitoral, continuou a dizer que eram culpados. Ava DuVernay, a realizadora de Selma e responsável por séries como Queen Sugar, criou, escreve e realiza esta minissérie do Netflix sobre o caso.
Twilight Zone
CBS All Access
Que Charlie Brooker, o criador de Black Mirror, nos perdoe, mas se há alguém qualificado para tomar o lugar de Rod Serling na produção executiva e na apresentação de uma nova A Quinta Dimensão é Jordan Peele, o actor cómico e realizador de Foge. É isso que acontecerá este ano. Nomes como Greg Kinnear, Steven Yeun, Allison Tolman, John Cho, Kumail Nanjiani, Sanaa Latham ou Adam Scott estarão envolvidos e pelo menos um dos episódios será baseado no clássico Nightmare at 20,000 Feet, da série original, em que William Shatner via um monstro na asa do avião. Pouco mais se sabe. Nem há-de ser a única televisão de Peele, que vai lançar o seu segundo filme, Us, em 2019: ao lado de J.J. Abrams, é produtor executivo de Lovecraft Country, série da HBO que adapta o romance homónimo de Matt Ruff.
Good Omens
Amazon Prime Video
Com Michael Sheen e David Tennant no papel do anjo Aziraphale e do demónio Crowley, respectivamente, o próprio Neil Gaiman adaptou a minissérie de televisão o romance que escreveu a quatro mãos com o defunto Terry Pratchett em 1990, e em que os dois protagonistas tentam impedir que o filho de Satanás traga com ele o fim do mundo. Não vai ser o único projecto de Gaiman em televisão este ano: o autor britânico também passou a estar mais envolvido em American Gods, a adaptação do seu romance do ano 2000, que chegará em 2019 à atribulada segunda temporada.
What We Do in The Shadows
FX
O Que Fazemos nas Sombras (2014), o mockumentary de e com Taika Waititi e Jemaine Clement sobre velhos vampiros a morarem juntos nos dias de hoje em Wellington, Nova Zelândia, é um dos mais hilariantes filmes cómicos da última década. O filme já tinha dado origem a Wellington Paranormal, um spin-off televisivo neo-zelandês estreado no último Verão, mas agora vai fazer nascer uma nova série, com o mesmo nome original do mockumentary. Desta feita, é passada em Nova Iorque. No elenco, vários cómicos britânicos: Kayvan Novak, de Quatro Leões, Matt Berry, de Garth Marenghi's Darkplace, The Mighty Boosh e Toast of London, e Natasia Demetriou.
Watchmen
HBO
O clássico da banda desenhada escrito por Alan Moore e desenhado por Dave Gibbons entre 1986 e 1987, que aparece com frequência em listas dos melhores romances do século XX, já tinha dado um filme de Zack Snyder em 2009. Os resultados não foram os melhores: é essencialmente impossível fazer uma adaptação directa desta história de um mundo em que os super-heróis são tratados como criminosos. É por isso que Damon Lindelof, um dos homens por detrás de Lost e The Leftovers, decidiu contar uma nova história – o próprio fala em "remistura" dos volumes originais da BD –, nesta série com nomes como Regina King, Jeremy Irons, Don Johnson, Tim Blake Nelson ou Louis Gossett Jr.
Dave Makes Man
OWN
No Sul da Florida, um jovem de 14 anos vive num bairro social e, enquanto lida com a morte do seu melhor amigo e tem de tratar da mãe que trabalha demasiado, tenta decidir se continua os estudos para sair da situação em que vive ou se se mantém onde está. Inspirado na vida do próprio criador, o dramaturgo Tarrell Alvin McCraney, vencedor de um Óscar pelo guião de Moonlight – que, tal como a série, também se passa na Florida –, conta com produção executiva de Michael B. Jordan e Oprah Winfrey.
Fosse/Verdon
FX
A partir da biografia Fosse, de Sam Wasson, esta minissérie de oito episódios junta Sam Rockwell e Michelle Williams nos papéis, respectivamente, do bailarino, realizador e coreógrafo Bob Fosse e da bailarina e actriz Gwen Verdon. A produção executiva desta visão sobre o prolífico e atribulado casal que ajudou a dar ao mundo Chicago está nas mãos de pessoas com carreira feita nos mesmos palcos da Broadway em que Fosse e Verdon se apaixonaram: Lin-Manuel Miranda e Thomas Kail, as duas mentes responsáveis por Hamilton. Miranda fará também a música.
The Mandalorian
Disney+
Esta é uma das produções originais de Star Wars anunciadas para o vindouro serviço de streaming Disney+. Da responsabilidade de Jon Favreau, o realizador de Elf – O Falso Duende e Homem de Ferro, contará a história de um solitário mandalorian, o povo caçador de prémios a que Boba Fett pertence, e que anda à volta da galáxia. Estão anunciados, como realizadores de episódios, nomes como Taika Waititi ou Bryce Dallas Howard. Do elenco constam caras que vão de Pedro Pascal, de Narcos, no papel principal, à ex-lutadora de artes marciais mistas Gina Carano, mas também Nick Nolte e Giancarlo Esposito, o Gus Fring de Breaking Bad, passando por Carl Weathers, o Apollo Creed de Rocky, e Werner Herzog. Sim, esse mesmo, o realizador alemão.
Mrs. Fletcher
HBO
Depois de Eleições, Pecados Íntimos e The Leftovers, mais um romance de Tom Perrotta é adaptado ao cinema ou à televisão. Desta feita, calhou Mrs. Fletcher, de 2017, com Kathryn Hahn no papel principal, o de uma quarentona divorciada cujo filho sai de casa para ir para a universidade. Um dia, recebe uma SMS anónima a chamar-lhe MILF e começa a ficar obcecada com isso. O episódio-piloto, escrito pelo próprio Perrrotta, tem Nicole Holofcener, a realizadora indie dos anos 1990 e 2000, atrás das câmaras.
The Loudest Voice in the Room
Showtime
Em 2014, Gabriel Sherman escreveu The Loudest Voice in the Room: How the Brilliant, Bombastic Roger Ailes Built Fox News – and Divided a Country, biografia de um dos fundadores e presidente daquele império televisivo. Passados dois anos, em 2016, Ailes demitiu-se da estação de televisão na sequência de acusações de assédio sexual. Acabaria por morrer em 2017. Tom McCarthy, o também actor que realizou filmes como A Estação e O Caso Spotlight, pegou no livro para esta série sobre a ascensão e queda de Ailes, com Russell Crowe no papel principal, à frente de um elenco que inclui também Naomi Watts.
Mrs. America
FX
Pela primeira vez, Cate Blanchett chega à televisão norte-americana. A oscarizada actriz australiana faz de Phyllis Schlafly (1924-2016), a advogada e activista conservadora que nos anos 1970 lutou contra os direitos das mulheres e o feminismo da segunda vaga. Dahvi Waller, que escreveu para Mad Men e Halt and Catch Fire, é a argumentista responsável por esta história baseada em factos verídicos.
Top of the Morning
Apple
É possível que esta série, que junta Jennifer Aniston e Resse Witherspoon, também produtora executiva, mude de nome – Top of the Morning é só o título de um livro de Brian Stelter, que é consultor da série. Ainda nem sequer se sabe como ou qual será a plataforma da Apple que lançará a sua programação original, quanto mais esse tipo de detalhes... Sabe-se, porém, que a série lida com pessoas que trabalham em programas da manhã e que o elenco inclui também Steve Carell, Billy Crudup e Gugu Mbatha-Raw. Kerry Ehrin, co-criadora de Bates Motel, escreve, e Mimi Leder, cujo Uma Luta Desigual se estreia a 10 de Janeiro nas salas portuguesas, realiza.
First Wives Club
BET
Tracy Oliver, co-argumentista de Girls Trip, o filme de 2017 que fez de Tiffany Haddish uma estrela, criou, a partir do filme homónimo de 1996 com Goldie Hawn, Bette Midler e Diane Keaton – por cá chamou-se O Clube das Divorciadas –, esta série sobre três melhores amigas na casa dos 40 que se voltam a juntar após o marido de uma delas a trair, num caso que se torna mediático. Desta feita, o elenco reúne a cantora de r&b/neo-soul Jill Scott, a cómica de stand-up Michelle Buteau e a actriz de This is Us Ryan Michelle Bathé.