João, Rodrigo. Rodrigo, João. Eram estas as duas principais escolhas dos pais portugueses entre 2006 e 2015 e que iam oscilando no topo da lista dos nomes próprios de rapazes mais registados em Portugal. Entretanto, outras opções como Santiago ou Martim cresceram em popularidade e destronaram-nos nos últimos anos. Em 2018, contudo, os dados provisórios do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) mostram que João voltou a dominar. Por pouco. Foi a escolha de 1679 pais. Muito perto do número dos que optaram por Francisco (1603) e por Santiago (1579).
No caso das meninas, a liderança inequívoca é de Maria — aliás, já o é desde 2005, ano em que ultrapassou Ana. Em 2018, foi a escolha de 5608 pais. O segundo e terceiro lugar — Leonor e Matilde —, ficam muito abaixo deste valor. Foram 1609 e 1568, respectivamente. Carolina, Beatriz, Sofia, Alice, Mariana, Ana e Benedita fecham o “top 10”.
Estas são as principais conclusões de um olhar sobre os dados fornecidos pelo INR, correspondentes ao período que vai de 2004 a 2018.
Salvo algumas oscilações entre uma ou outra posição nestes rankings, os nomes mais populares pouco se alteram de ano para ano. Mas há surpresas. Por exemplo, Alice, que se estreou no “top 10” em 2018 (em 2004 estava em 65.º). Outro exemplo é o de Eva, que passou a integrar o “top 20”. Benedita, que já no ano passado ganhava terreno, voltou a crescer. Passou do 16.º para o 9.º lugar. Já Camila, que também se destacava em 2017, acaba por não figurar no “top 20” este ano. Quanto aos rapazes, só Tiago deixa de constar dos 20 nomes mais comuns. Entra Vicente.
Alexandra fora de moda
Quando se olha para os últimos 15 anos, também há evoluções a assinalar. Em 2004, Santiago foi a opção dos pais de 30 meninos. Mais populares nesse ano foram Enzo, Kevin, Marco e José, por exemplo. Em 2018, o nome foi escolhido 52 vezes mais do que em 2004. Com Lourenço e Martim a tendência foi semelhante.
Entre Janeiro e Novembro deste ano, segundo os resultados do “teste do pezinho” adiantados esta semana pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, nasceram 80.484 crianças no país.
Tal como há nomes que crescem em popularidade ao longo dos anos, também há aqueles que a perdem. Catarina, Sara e Daniela são exemplos disso. Em 2004, nasceram mais de mil meninas com cada um destes nomes. Em 2018, registaram-se 196 Catarinas, 367 Saras e 112 Danielas. Também fora de moda estão Débora, Alexandra, Soraia, Liliana, Manuela ou Andreia — todas com menos de 50 registos. Outros nomes mais populares do que estes seis em 2018 foram, por exemplo, Kyara (133), Núria (142) ou Valentina (242).
Quanto aos rapazes, opções que, em 2004, ocupavam o “top 20”, como André, David e Alexandre, já não fazem parte dessa lista em 2018. Continuam, porém, entre os 40 mais escolhidos, dando nome a centenas de crianças. Menos populares ainda são Edgar, Fernando, Vítor, Marcelo e Alberto.
Depois há ainda aquele grupo de nomes especialmente raros — que só foram atribuídos em 2018 a uma criança. Há 1575 casos entre os meninos e 1696 entre as meninas. Por exemplo: Adlucy, Montserrat, Aarvee (para meninas), Sabiyog ou Jobanpreet (para meninos). Mas também Odete, Vanda, Adélio ou Evaristo.
Em Portugal, a escolha de um nome próprio não é totalmente livre. Mas há muito mais opções do que há uns anos, graças a uma mudança feita por despacho em Junho de 2017, que tornou mais abrangente o conceito de onomástica nacional. Actualmente, o IRN disponibiliza uma lista exemplificativa com 7480 nomes. Caso os pais queiram utilizar um que não consta deste documento, devem requerer parecer a um especialista em onomástica, destacado pelo IRN (mas independente dos serviços). Se for aprovado, irá engrossar o leque das possibilidades.
Mas quer seja menino ou menina, não é o facto da lista de nomes possíveis ter milhares de opções que faz com que haja grande diversidade na hora de tomar uma decisão. Metade dos bebés registados este ano recebeu um dos 20 nomes mais populares.