Governo multiplica por seis novas camas a criar em residências

Plano aprovado no Conselho de Ministros estabelece meta de 12 mil lugares nas residências estudantis do ensino superior nos próximos anos.

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LUSA/ANTONIO COTRIM

O Governo multiplicou por seis o objectivo de criação de novas camas nas residências estudantis do ensino superior. A meta é agora a criação de 12 mil lugares nos próximos anos. O Conselho de Ministros desta quinta-feira aprovou o Plano Nacional de Alojamento Estudantil que implica a construção e requalificação de 200 edifícios em todo o país, entre infra-estruturas do Estado, investimentos das universidades e politécnicos também das autarquias, e ainda parcerias com instituições de solidariedade social.

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Aumentar

Em Outubro, o Governo tinha estabelecido um objectivo de 2000 novas camas até 2021. A meta é agora mais ambiciosa.

A medida vem "aumentar em cerca de 80% a oferta actual de alojamento para estudantes a preços acessíveis e regulados", sublinhou o ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, no final do Conselho de Ministros.

No total, serão "requalificados e construídos cerca de 200 edifícios em todo o território", dos quais alguns são património do Estado, como será o caso do edifício que durante décadas albergou o Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, algo que já tinha sido anunciado pelo primeiro-ministro na sessão de comemoração dos três anos de Governo.

Manuel Heitor explicou que o plano de intervenção será faseado e deverá estar concluído em dez anos, altura em que deverão estar disponíveis "cerca de 30 mil camas". "O processo será dinâmico e está aberto para ser consecutivamente melhorado e alargado", afirmou.

De acordo com um levantamento feito pela tutela, em Maio, 86,5 por cento dos alunos do ensino superior que estão deslocados não têm lugar numa residência estudantil.

As 15.370 camas existentes não são suficientes para as necessidades. Os principais problemas estão em Lisboa e no Porto que, além de serem as cidades mais expostas à pressão imobiliária que tem feito subir o preço do alojamento privado, são as que têm menor taxa de cobertura. Nenhuma instituição de Lisboa tem lugar para mais do que 10% dos estudantes deslocados. Na Universidade do Porto só há vaga para 11,5% dos alunos que são de fora da cidade.