O adeus silencioso a João Lima na pista do Aeródromo de Viseu

Homenagens contaram com a presença do Presidente da República. Corpo do piloto do INEM fez viagem pela pista do aeródromo de Viseu antes da cerimónia religiosa à qual assistiram centenas de pessoas.

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Marcelo Rebelo de Sousa acompanha a mãe do piloto do helicóptero ao serviço do INEM que se despenhou no sábado, durante a homenagem no aeródromo Gonçalo Lobato, em Viseu NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA
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Homenagem a João Lima no aeródromo Gonçalo Lobato, em Viseu NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA

O desejo de João Lima, o piloto que perdeu a vida no acidente com o helicóptero do INEM em Valongo, foi cumprido. A “última viagem” foi feita na pista do Aeródromo de Viseu onde realizou o primeiro voo e onde foi instrutor. O comandante foi esta quarta-feira homenageado numa cerimónia emotiva, em que estiveram presentes o Presidente da República, os familiares e os amigos da vítima. Pilotos, bombeiros e outros elementos da Protecção Civil e INEM acompanharam em silêncio a chegada e a partida do corpo de João Lima.

O silêncio marcou sempre o momento. À chegada do Presidente da República apenas se ouviram as saudações dos bombeiros e dos elementos do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR que estavam em formação no interior do futuro quartel dos Bombeiros Municipais de Viseu, localizado no aeródromo.

Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se aos familiares e com eles permaneceu, abraçado, em silêncio, enquanto a carrinha fúnebre parava junto ao quartel com a urna no interior. Um momento de despedida, também em silêncio, para as centenas de pessoas presentes.

A homenagem terminou com a viagem na pista. Francisco Lima, filho do comandante e piloto, seguiu à frente na viatura “follow me” (segue-me). Atrás a carrinha fúnebre com o corpo do pai, seguida por três veículos de forças de segurança e de socorro. Na placa, de novo o silêncio.

“Era último desejo de João Lima vir a esta pista”, contou o director do aeródromo de Viseu, Paulo Alexandre Soares. O também colega de profissão disse que foi aqui fez o primeiro voo, foi instrutor e desempenhou muitas das suas missões, tanto ao serviço da Protecção Civil como do INEM. “Este aeródromo era quase uma segunda casa para ele”, disse.

Durante toda a cerimónia de homenagem, Marcelo Rebelo de Sousa confortou pais, filhos e restantes familiares do comandante. E foi com eles que o Presidente da República chegou à Igreja, uma hora depois, onde se realizou a missa. Um espaço pequeno para receber todos os que se quiseram associar ao momento. As cerimónias contaram com a presença de várias corporações de bombeiros, elementos do INEM, dos Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR e "Canarinhos" da Força Especial de Bombeiros, que escoltaram o corpo do comandante durante a cerimónia religiosa.

No final, o silêncio deu lugar às palmas, quando o carro funerário saiu em direcção ao cemitério novo de Viseu, onde, numa cerimónia privada, o piloto foi cremado.

João Lima morreu no sábado em Valongo, quando o helicóptero que pilotava regressava à base de Macedo de Cavaleiros, depois do transporte de uma doente para o Hospital de Santo António, no Porto. A queda da aeronave provocou a morte a quatro pessoas.

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