Deputado do PSD defende mais envolvimento e apoio do Governo

António Costa da Silva sublinhou que, nesta altura, as atenções devem estar concentradas "nas famílias e amigos das vítimas" do acidente, recusou "aproveitamentos políticos" e lamentou que haja "quem o tente fazer".

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O Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente LUSA/STRINGER

O deputado do PSD António Costa da Silva defendeu nesta terça-feira um maior envolvimento e apoio do Governo na sequência do colapso de uma estrada para dentro de duas pedreiras em Borba, causando dois mortos e três desaparecidos.

"Tivemos um secretário de Estado" no local, no dia em que ocorreu o acidente, no dia 19 deste mês, "mas era importante que o Governo se envolvesse e participasse mais no terreno e que apoiasse aquelas famílias", afirmou.

O parlamentar social-democrata eleito pelo círculo de Évora frisou que se trata de um caso em que o Governo do PS "deve ser pró-activo e ter um papel interventivo", dando como exemplo o que fez o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que foi "ao terreno".

Por outro lado, António Costa da Silva considerou "fundamental" o apoio às empresas do sector dos mármores situadas na faixa entre Borba e Vila Viçosa, alegando que a estrada que colapsou era "importante" para a economia local.

"Não existindo aquela estrada, significa que as empresas daquela zona vão ter mais encargos, problemas e demoras e é fundamental uma actuação rápida, urgente e emergente", alertou, referindo que "o Governo tem um papel decisivo" na ajuda às empresas.

O deputado social-democrata sublinhou que, nesta altura, as atenções devem estar concentradas "nas famílias e amigos das vítimas" do acidente, recusou "aproveitamentos políticos" e lamentou que haja "quem o tente fazer".

"O Estado devia ter cumprido o seu papel e não cumpriu, mas sobre isso, neste momento, não há nada a fazer. Temos de pensar para a frente, ajudar as famílias das vítimas e ajudar as empresas que laboram naquela zona e que empregam muita gente", acrescentou.

Costa da Silva notou que as autoridades responsáveis pela investigação do acidente devem fazer o seu trabalho sem que haja pressão, indicando que, depois desse trabalho, terá de ser feito "uma avaliação e leitura política" do caso.

O deslizamento de um grande volume de terras na estrada 255 entre Borba e Vila Viçosa provocou, no dia 19 deste mês, a deslocação de uma quantidade significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra para o interior de duas pedreiras contíguas.

O acidente, segundo a Protecção Civil, provocou a morte de dois operários da empresa de extracção de mármores da pedreira que se encontrava activa, o maquinista e o auxiliar de uma retroescavadora, cujos corpos já foram recuperados.

Além disso, na outra pedreira contígua, que se encontra "em suspensão de lavra" (sem actividade) e que possui o plano de água mais profundo, as autoridades procuram, pelo menos, três desaparecidos, que seguiam em duas viaturas automóveis no momento da derrocada da via rodoviária.

O Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente, que é dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção penal (DIAP) de Évora, e duas equipas da Polícia Judiciária estão a proceder a averiguações.

O Governo pediu uma inspecção urgente ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba.