Apenas um secretário de Estado visitou Borba
José Neves deu a cara pelo Governo no terreno. Ministro do Ambiente, que tem tutela directa no licenciamento de pedreiras, ordenou inquérito ao terceiro dia.
José Artur Neves, secretário de Estado da Protecção Civil, foi o único governante a deslocar-se a Borba. Foi, aliás, logo na segunda-feira ao fim do dia e apareceu nas conferências de imprensa ao lado dos operacionais da Protecção Civil, que estão a conduzir as operações de resgate das vítimas.
João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, não foi a Borba por entender que era mais importante enviar os técnicos, segundo explicou ao PÚBLICO fonte oficial do ministério. Foram enviadas na quarta-feira uma delegação da inspecção-geral do ministério e outra da direcção-geral de Geologia.
O ministro do Ambiente, que tem a tutela do licenciamento das pedreiras falou sobre o assunto apenas dois dias depois da tragédia. Na quarta-feira, emitiu uma nota a anunciar que ordenara uma inspecção ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba.
O ministro do Planeamento, Pedro Marques, não foi a Borba porque aquela estrada não estava na tutela directa do seu ministério, mas era de responsabilidade municipal. Falou na terça-feira aos jornalistas, à margem de uma cerimónia em Vila Formoso, para dizer que "há muitos anos foi determinada a realização de uma variante" aquela estrada municipal.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, não foi a Borba porque a matéria não era da sua tutela. Falou na terça-feira, para anunciar, em declarações aos jornalistas em Penamacor, que seria "aberto o devido inquérito" - algo que haveria de ser confirmado no dia seguinte por Matos Fernandes. Só nessa quarta-feira António Costa falaria sobre o assunto, garantindo que o "Governo não sabia" que a estrada era zona de risco.