Bienal de Coimbra fica com parte de Santa Clara-a-Nova
Protocolo entre autarquia e Estado vai permitir utilização de parte do mosteiro nas próximas edições do Anozero
A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) aprovou nesta segunda-feira uma medida que vai permitir ao Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra regressar ao mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
Os vereadores deram luz verde a um protocolo entre a CMC, o Estado português e o Turismo de Portugal para que parte do edifício que se encontra no lote dos imóveis do programa Revive seja afectada à realização da bienal que é produzida pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.
O programa Revive tem como objectivo promover a requalificação de imóveis históricos na posse do Estado, através de concessões a privados para fins de exploração turística.
Não ficou estabelecido que parte do mosteiro poderá ser utilizada pela bienal. Essa divisão será feita “em termos a acordar entre o Estado e o município”, informou a vereadora da Cultura, Carina Gomes, que acrescentou que têm decorrido reuniões de trabalho com várias entidades governamentais.
O edifício que foi construído para albergar uma ordem religiosa e que mais tarde serviu de instalação militar tinha já sido utilizado pela bienal na última edição, em 2017, sendo que o director o curador da edição de 2019, Agnaldo Farias, já tinha demonstrado interesse em utilizar novamente aquele espaço, mesmo que de forma parcial.
Actualmente, uma parte do complexo monástico que começou a ser construído no século XVII continua a ser propriedade da Confraria da Rainha Santa Isabel e a outra, incluída no programa Revive, está devoluta.
A medida foi aprovada com os votos da maioria dos vereadores, excepto Francisco Queirós, da CDU, que se absteve. O responsável entende o mosteiro de Santa Clara-a-Nova deveria ser retirado do programa Revive e que a totalidade do sua área poderia ser utilizado para usufruto da cidade, para instalar residências artísticas e de espaços museológicos ou artísticos.