Carlos Carreiras lança Manifesto 25/11 em defesa dos moderados e reformistas

Autarca de Cascais disse, em entrevista, que "se Rio mantiver o trilho", duvido que "o PSD ganhe eleições”.

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Carlos Carreiras é presidente da Câmara de Cascais Daniel Rocha

O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, aproveitou a efeméride para lançar, neste domingo no Facebook, o Manifesto 25/11. É tempo de “os reformistas e moderados confrontarem os revolucionários e reaccionários”, lê-se nas primeiras linhas do texto.

Carlos Carreiras defende que “Portugal vive uma falsa ilusão de paz e de progresso que esconde uma profunda degradação democrática” e instiga os moderados e os reformistas a arregaçarem as mangas. “Durante muito tempo, tempo demais, os moderados e reformistas estiveram recolhidos nas trincheiras. É tempo de arregaçar as mangas. E combater. Combater nas ruas e nas universidades, nas associações e nas redes sociais. Combater a inevitabilidade de um país com donos da moral e dos costumes, monopolistas da bondade e dos valores da civilização”.

A mensagem do manifesto lançado por Carreiras é para dentro do país, mas também para fora. “A tirania da minoria, materializada em projectos como os do BE, do PAN ou do Podemos, está a gerar minorias latentes no lado oposto do espectro ideológico, como a Frente Nacional francesa ou o Jobbik húngaro. Como vimos, estas minorias não são apenas más em si mesmas. Elas podem, eventualmente, originar maiorias. É uma medida de prudência e realismo assumir que elas não são um problema dos outros. Também são, crescentemente, um problema nosso”, refere o documento para concluir que é isso que “nos leva à urgência de Novembro”.

“Tal como em 1975, estamos num momento decisivo. Chegámos a um ponto em que as linhas vermelhas da responsabilidade, da ética e da liberdade não podem recuar nem mais um milímetro. A Democracia é combate, é divergência, é ruído. E, no fim, compromisso. A tirania é dormência, é sonolência cívica, é silêncio. E, no fim, controlo.”

O Manifesto 25/11 foi publicado no dia em que Carlos Carreiras, autarca eleito pelo PSD, deu uma entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, na qual assumiu que teme uma derrota eleitoral do seu partido. “Se Rio mantiver o trilho, duvido que o PSD ganhe eleições”, desabafou.

Apesar deste discurso, Carlos Carreiras põe de parte a possibilidade de os sociais-democratas convocarem um congresso extraordinário, na sequência de um mau resultado nas europeias — “um mau resultado é perder” —, considerando que isso só deveria acontecer “se houvesse consciencialização do líder de que tinha errado” sobretudo na “sua estratégia” de afirmação.

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