Uma mão cheia de caixinhas de surpresas que podem chegar por correio
O código postal do emissor é português, o do receptor pode variar. Reunimos cinco serviços de subscrição, de vinho a workshops, que cabem dentro de caixas. A ideia é ser surpreendido todos os meses, quando a caixa chega pelo correio.
Portugal no coração (e no estômago)
Trata-se de matar saudades do país que deixaram. Mais ainda quando, no novo destino, a comida não deixa assim tanta água na boca — pelo menos, até a Tuga Box chegar pelo correio. O que a caixa (30 euros) carrega, só se descobre ao abrir. Antes, sabe-se que traz cinco a sete produtos que sabem a casa, a tradição e a nostalgia. Falamos de Flocos de Neve e Dr. Bayard, café Nicola, enchidos de porco preto de Montaraz, pintarolas, postais portugueses, biscoitos conventuais, latas de conserva.
O público-alvo desta caixa-mistério são os portugueses emigrados, como o casal de amigos que inspirou Rita Gomes a criar a Tuga Box. "É uma história de amizade, saudades e sorrisos" que começou depois de uma visita à China. Os amigos tinham-lhe pedido para levar na mala produtos tipicamente portugueses. "Eram coisas simples, mas que para quem está há três anos do outro lado do mundo valem muito", como nos contava em 2015. Para já, a caixa ainda só viaja pela Europa. Os subscritores podem escolher ser surpreendidos apenas uma vez, ou todos os meses, de forma regular. Depende das saudades. E da gulodice.
Um clube de vinhos digital, escolhidos por especialistas
Deixa-se a garrafa na mão de quem é especialista e tudo o que os subscritores da Nosy têm de fazer é pegar no copo. É isto que propõe o clube de vinhos digital português que em Outubro, pouco antes do primeiro aniversário, partiu para o resto da Europa. Em vez de ires até à garrafeira, uma caixa com três garrafas escolhidas por um ou uma especialista da área bate-te à porta de casa todos os meses. É arriscado, mas não “é suposto o vinho ser divertido”?
Por isso é que a caixa deles é colorida, as escolhas “sempre inesperadas”, o clube “contraria o estereótipo e não é snob”, garantia em Março ao P3 Marta Maia, que com 23 anos e a saber muito pouco de vinhos fundou a startup sediada no Porto. As três garrafas (50 euros) são enviadas ao dia 20 de cada mês e os portes e o cancelamento da subscrição são gratuitos — convém avisar que até 26 de Novembro há 30% de desconto, à boleia da Black Friday. A melhor parte: apesar do nome, a Nosy não mete o nariz onde não é chamada. Não vão contar a ninguém que essa garrafa, na verdade, foi um especialista que escolheu.
Esta caixa faz au au
Em Junho, quando o P3 se encontrou com a dupla de fundadores da Barkyn, a startup portuense nascida em 2016 estava a caminho de um programa de aceleração da Google, no campus em Madrid. Através do serviço de subscrição personalizável que disponibilizam, vendem 20 toneladas de comida para cão todos os meses. Além da ração, de várias marcas, as caixas entre os 19 e os 45 euros podem incluir brinquedos, desparasitantes, snacks naturais, consultas de médicos veterinários ou acessórios — e, durante sexta-feira, 23 de Novembro, além de artigos com 50% de desconto, vão doar um quilograma de ração a uma associação por cada compra efectuada. Tudo depende do perfil do cão e do valor que o tutor está disposto a pagar. Pode-se cancelar o plano a qualquer momento, mas enquanto subscreveres não podes ultrapassar um “espaçamento entre encomendas superior a oito semanas”. A Barkyn, por agora, só ladra. Quem sabe se, num futuro próximo, a caixa não passa também a miar.
Oficinas que cabem dentro de caixas
Sair da zona de conforto, sem sair de casa — e sem deixar de arregaçar as mangas. Eis a proposta da Workshoped. A startup criada por dois jovens portuenses quer pôr-te a fazer chocolates, sabonetes, velas aromáticas, cadernos, postais. Escolhe um dos temas e a caixa (16,90 euros) com os materiais e as instruções chega em menos de três dias. Ou opta pela surpresa e recebe, todos os meses, um workshop DIY diferente. Depois, é pôr mãos à obra (na Black Friday com 20% de desconto).
Quando receber meias é ser solidário
Três amigos decidiram deixar, ao mesmo tempo, duas pessoas felizes por receberem meias. Isto porque, por cada par comprado, a Meyash doa outro à Associação dos Albergues Nocturnos do Porto. O lema da empresa: #NoMoreBoringSocks — mas que também não sejam demasiado arrojadas para não serem usadas em contextos mais formais. Os pares, que podem ser enviados mensalmente (8,99 euros), são desenhados por portugueses e produzidos em Portugal. Durante a Black Friday há descontos de 50%.