Uma pessoa morreu e mais de duzentas ficaram feridas durante paralisação em França
Manifestante foi atropelada mortalmente numa das localidades que aderiu ao protesto nacional contra o aumento do imposto sobre os combustíveis, decretado por Macron.
Uma mulher de 63 anos perdeu a vida este sábado, depois de ter sido atropelada durante um protesto contra a subida do imposto dos combustíveis em França. A vítima, que participava na manifestação em Pont-de-Beauvoisin, na região da Sabóia, foi atingida pelo carro de uma condutora que se viu rodeada de manifestantes e acelerou para lhes tentar escapar.
O ministro do Interior fala em, pelo menos, 227 pessoas feridas, seis em estado grave. A Reuters dá conta ainda de um polícia com ferimentos graves e de dezenas de detidos, resultantes dos protestos organizados por todo o país, convocados nas redes sociais pelo movimento auto-intitulado de “coletes amarelos”.
O acidente fatal em Pont-de-Beauvoisin, no Sudeste de França, teve lugar numa estrada que foi alvo de um bloqueio por cerca de 200 pessoas. “Parece que a condutora entrou em pânico, acelerou e atropelou uma pessoa, que acabou por morrer”, explicou Louis Laugier, prefeito de Sabóia, revelando que o óbito foi declarado no local e que a mulher que conduzia o carro foi detida.
As autoridades francesas estimam que a paralisação deste sábado esteja a ter uma adesão de cerca de 283 mil pessoas e apontam para mais de mil manifestações distintas em todo o território. Várias estradas, túneis e acessos a portos e aeroportos foram bloqueadas, numa das mais amplas demonstrações de insatisfação da presidência de Emmanuel Macron.
E embora o mega-protesto tenha origem na decisão do Governo francês de aumentar o imposto sobre os combustíveis – o preço do gasóleo em França já aumentou em cerca de um terço desde o início do ano e prevê-se um aumento de 15% no preço da gasolina –, em nome do combate às alterações climáticas, o seu âmbito é mais alargado.
Debaixo de fogo estão igualmente as reformas económicas e laborais promovidas pelo Presidente e o seu próprio estilo de governação – que não agrada a muitos franceses das regiões do interior do país, que se dizem esquecidos pelas elites políticas de Paris e das grandes cidades de França.
Durante a sua visita recente aos departamentos do Nordeste francês, Macron foi brindado com gritos de “Presidente dos ricos!” em alguns dos sítios por onde passou.
A popularidade do Presidente atingiu há umas semanas novos níveis mínimos – tem uma taxa de aprovação próxima dos 20% – e o seu partido, o República em Marcha, até já foi ultrapassado pela União Nacional – a antiga Frente Nacional, de extrema-direita – nas sondagens para as eleições europeias agendadas para Março de 2019.