Quem apoiou mais austeridade, o candidato do PSD ou o do PS?
Eurodeputado social-democrata acusa PS de apoiar Timmermans, que defendeu mais austeridade para Portugal. Eurodeputado socialista acusa PSD de apoiar Weber que... defendeu mais austeridade para Portugal.
A defesa da austeridade para Portugal dos cabeças-de-lista (spitzenkandidaten) das famílias europeias dos partidos portugueses PSD e PS deu origem a uma troca de acusações sobre quem deu o apoio a essa medida.
O vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE), Paulo Rangel, considerou esta quinta-feira "estranho" que o primeiro-ministro português, António Costa, tenha tido um papel determinante no processo que permitiu aos Socialistas Europeus unirem-se em torno da candidatura de Frans Timmermans à presidência da Comissão Europeia.
"Se ajudou é estranho, porque Timmermans é um homem do Partido Socialista holandês que mais castigou Portugal durante o tempo da 'troika'. Os mais inflexíveis eram os holandeses, nomeadamente o senhor [Jeroen] Dijsselbloem que todos conhecemos”, disse Paulo Rangel à agência Lusa. “Timmermans tem uma visão muito ortodoxa, que é própria dos holandeses de todos os quadrantes. Até estranho como o PS se revê no candidato Timmermans, que defende posições que [Manfred] Weber nunca defendeu", disse o eurodeputado social-democrata.
Já o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho reagiu à nomeação de Manfred Weber com o apoio do PSD acusando o alemão de ter apoiado mais austeridade. Zorrinho lembrou uma carta de 2016 de Weber a Jean-Claude Juncker “exigindo o endurecimento de posições da Comissão em relação a Portugal, e solicitando a aplicação de ‘todos os instrumentos incluindo os da vertente correctiva do PEC’”, sanções que, no entender de Zorrinho, teriam custos em termos de reputação do país e “cerca de 360 milhões de euros.”
“Para os portugueses a mensagem é clara”, diz Zorrinho. “A direita portuguesa na União Europeia continua o seu caminho de subserviência e de apoio a quem objectivamente não deseja que Portugal se afirme social e economicamente como um parceiro entre iguais na União Europeia.”