Portugal afastado do Rugby Europe Championship

Sem ter que fazer um bom jogo, a Roménia não teve qualquer dificuldade para derrotar uma inexperiente selecção nacional de râguebi.

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A exibição da Roménia foi medíocre, mas chegou e sobrou para vencer com facilidade Portugal no play-off de acesso ao Rugby Europe Championship. Em Baia Mare, na Transilvânia, a selecção nacional de râguebi apresentou-se num jogo importante - estava em causa o regresso ao principal escalão das provas organizadas pela Rugby Europe -, com uma equipa inexperiente e a diferença final de 30 pontos (36-6) acaba por ser um resultado muito simpático para o conjunto liderado por Martim Aguiar.

A missão era quase impossível e, sem surpresa, Portugal terá que competir no próximo ano mais uma vez no Rugby Europe Championship, prova na qual terá pela frente a Holanda, a Suíça, a Polónia, a Lituânia e a República Checa, selecções com pouca qualidade e que não vão permitir que o râguebi português tenha jogos internacionais a um nível competitivo elevado.

Após ter falhado em Junho o acesso ao torneio de repescagem para o Mundial 2019 que se iniciará neste domingo em Marselha – a Alemanha será o representante europeu -, Portugal voltou a competir cinco meses depois, apresentando uma equipa com jogadores jovens e inexperientes que, em condições normais, actualmente dificilmente teriam lugar num "XV" da selecção nacional.

Apesar de ter uma mão-cheia de atletas promissores que recentemente estiveram em evidência nas selecções jovens, casos de Nuno Mascarenhas, David Wallis, Vasco Ribeiro ou Rodrigo Freudhental, a selecção portuguesa voltou a ser formada por segundas, terceiras ou até quartas escolhas.

Colocando a nu o amadorismo e as dificuldades financeiras que a modalidade atravessa, Portugal viajou para a Roménia sem os atletas profissionais que alinham nos campeonatos estrangeiros (mais de uma dezena) e viu-se privado de alguns dos melhores jogadores que alinham no campeonato português, em alguns casos devido a divergências entre a federação e clubes.

Em resultado de tudo isto, o jogo na Roménia não teve história. Apesar da meritória prestação dos jovens portugueses, os romenos marcaram dois ensaios nos dez primeiros minutos e rapidamente baixaram o ritmo.

A jogar devagar e a cometer muitos erros, a Roménia, que ao contrário do que é habitual não procurou jogar sempre através de um jogo fechado pelos seus avançados, foi dominando territorialmente a partida e, com quatros ensaios (todos concluídos por jogadores das linhas-atrasadas) chegou ao intervalo a vencer por 22-3 – Jorge Abecasis, com um pontapé de ressalto, fez os únicos pontos portugueses.

A segunda parte começou com uma penalidade convertida por Nuno Sousa Guedes (22-6), mas a partir daí Portugal não voltou a entrar no meio campo romeno, valendo a inépcia e desinspiração da equipa treinada pelo francês Thomas Lièvremont que, apesar de dominar por completo a partida, apenas conseguiu chegar por mais dois vezes ao ensaio.

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