BCP duplica lucros entre Janeiro e Setembro

O banco liderado agora por Miguel Maya atingiu um resultado líquido de 257,5 nos primeiros nove meses do ano. Melhoria generalizada do negócio justifica desempenho do maior banco privado português.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

O BCP registou lucros de 257,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, ou seja, mais 93% do que o alcançado no período homólogo do ano anterior. Os recursos com clientes subiram 5,5% enquanto a rubrica de crédito a clientes cresceu 0,8%.

Entre Setembro de 2017 e Setembro de 2018, os empréstimos de baixa qualidade do grupo caíram 21,9%, uma redução de 8 mil milhões para 6,3 mil milhões de euros.

O rácio de crédito líquido sobre depósitos caiu para 89%, ficando abaixo dos valores máximos recomendados pelo Banco de Portugal

Já o número de clientes activos do grupo BCP subiu 294 mil em termos globais. Só em Portugal o aumento foi de 120 mil.

O presidente do grupo BCP, Miguel Maya, destacou como muito positivo o negócio anunciado esta semana de compra de 99% do polaco Eurobank por 428 milhões de euros. Um investimento que vai permitir dar uma maior amplitude geográfica à operação do BCP na Polónia, o Millenium Bank, que entra assim na liga da frente dos maiores bancos daquele país. Com esta operação, o Millenium Bank passa da nova posição para o sexto lugar.

"Quero deixar muito claro: até ao final do mandato desta administração, o BCP não fará mais nenhuma aquisição. O crescimento será por via orgânica", esclareceu.

Por outro lado, "o BCP só distribuirá dividendos quando for apropriado e essa decisão está relacionada com a normalização da actividade, com os níveis de capital." E nada tem a ver "com a actividade do grupo na Polónia". O responsável referiu ainda que este ano não haverá distribuição de dividendos, devido ao esforço feito na compra do Eurobank.

Sobre a reposição salarial dos trabalhadores do banco em Portugal, Miguel Maya referiu que este ano o BCP já gastou mais 7,5 milhões de euros.

"Portugal está na moda"

Na conferência de imprensa desta quinta-feira sobre os resultados do banco, o novo líder da instituição abordou o momento da crédito imobiliário em Portugal. Nomeadamente, sobre a concessão de crédito, disse que "as regras do Banco de Portugal têm sempre impacto mas o BCP já estava a ser rigoroso". "Não vamos revelar valores" sobre esse impacto, completou.

"Em Portugal pode haver algumas situações específicas de bolhas imobiliárias mas não há uma bolha imobiliária" defendeu ainda Miguel Maya quando interpelado sobre a subida dos preços no sector imobiliário. "O que há de novo é que Portugal está na moda e há estrangeiros a comprarem casas, alguns vêm passar férias ou o fim-de-semana. E isso é bom", acrescentou.

O banqueiro evidenciou ainda "que os bancos portugueses estiveram nos últimos anos muito afastados do imobiliário" pelo que considera natural que se verifique "algum ajustamento", traduzido no aumento da concessão de crédito.

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