À procura de Herculano e de Garrett no brunch do Grémio Literário

O espaço lisboeta que é reservado só a membros abre-se ao público todos os sábados para uma refeição ao som do jazz.

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Há sempre segredos escondidos e este é um deles. Como será o Palácio dos Viscondes de Loures? As suas portas fazem antever uma entrada de pedra fria, mas não se consegue ver mais nada quando se está na Rua Ivens, no Chiado, em Lisboa. A condição para entrar no Grémio Literário é ser membro, mas a partir deste sábado quem quiser experimentar o brunch vai poder entrar.

E lá passamos as portas de vidro. À nossa esquerda está uma enorme e pesada secretária de pau-santo e um homem que nos indica, cheio de mesuras, que o sítio do brunch é "em frente". Seguimos por um corredor pequeno, escuro, que desemboca numa sala onde o castanho domina; mas é a luz que perpassa das enormes portas de vidro que nos atrai até um terraço que, em tempos terá sido aberto para o jardim, mas que hoje está fechado com vidros imaculadamente limpos, de tal forma que temos dúvidas se eles lá estão mesmo, a separar-nos do calor que sabemos estar na rua. 

A vista deste terraço – onde dominam as mesas redondas, com toalhas brancas e guardanapos com renda da Madeira, e as cadeiras de palha pintadas de um verde-água –, é já conhecida, mas nunca nos cansamos de a contemplar. Os telhados da cidade com o Tejo ao fundo. Em primeiro plano, mesmo por baixo dos nossos narizes, está o jardim do palácio, onde conseguimos imaginar Alexandre Herculano ou Almeida Garrett a usufruir das suas sombras. O clube Grémio Literário foi fundado em 1846 por grandes nomes da vida cultural, social e política da altura e foi imortalizado por Eça de Queirós n' Os Maias, lembra o comunicado. Lá em baixo, não estão poetas nem políticos, mas os músicos que animarão o brunch.

Esta é uma refeição que é acompanhada por música ao vivo. Por isso se chama Jazz Brunch. E a ideia foi da empresária Raquel Rodrigues, após uma viagem a Nova Orleães, nos EUA, terra do jazz. De volta a Lisboa, reuniu-se com a chef Rita Cunha Feteira – que tem experiência em caterings e eventos empresariais e familiares – e com o empresário Miguel Júdice, e propôs-lhes pôr em prática o conceito. Foi Júdice quem se lembrou de sugerir o Grémio Literário, do qual é associado. 

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Rita Cunha Feteira é a responsável pela cozinha

A sala que antes passáramos, sem sequer a ver bem, é a escolhida para apresentar o brunch, uma vez que faz a ligação com o terraço. As suas paredes forradas de tecido escuro parecem mais leves com o conteúdo exposto nas mesas espalhadas pelo espaço. Há uma boa variedade de pães, com e sem glúten, e croissants. As tábuas de queijos e de charcutaria estão ao fundo e os cereais, granolas, iogurtes e compotas estão no outro. Pelo meio há frutas frescas, bolos caseiros, bolos vegan, doces e mignardises, assim como sumos naturais e água aromatizada. Se quiser pedir uma Coca Cola (2 euros), um copo de vinho (3 euros) ou flute de espumante (4 euros) são pagos à parte.

Os quentes vão aparecendo à mesa, mas também podem ser pedidos – por exemplo, os chás estão disponíveis, mas se quiser um cappucino terá de o pedir. Há ovos mexidos, croquetes, empadinhas e, no final, um prato quente. No nosso caso foi um bacalhau espiritual. Tudo ao som do jazz.

A Fugas experimentou o brunch a convite do Grémio Literário

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