Museu italiano usa algoritmo para reduzir filas e enchentes
Com mais de 3 milhões de visitantes por ano, a Galeria dos Uffizi de Florença, Itália, passou a usar a big data para deixar de ter filas à porta.
Quem passa por estes dias nas ruas de Florença, em Itália, já não vê as habituais filas à porta da Galeria dos Uffizi, um dos museus mais populares da cidade. As pessoas que antes se amontoavam durante horas para ver obras como Baco de Caravaggio vão deixar de ter motivos para o fazer graças à utilização de um algoritmo.
Eike Schmidt, nomeado director do museu em 2015, chegou a Florença com dois objectivos: acabar com as multidões dentro das salas do museu e as filas à porta.
No domingo entrou em teste uma nova medida na luta do museu contra o turismo massificado: um sistema de senhas.
Um algoritmo combina várias informações sobre o museu — tempos médios de visita, dados sobre o tamanho de cada sala e uma comparação histórica — e permite a cada visitante ter uma janela horária para a visita.
Na prática, o visitante chega à Galeria dos Uffizi e recebe uma senha com a hora a que deve entrar no museu, com um intervalo máximo de 15 minutos. Depois, pode aproveitar o tempo como quiser até chegar a sua hora de visitar o espaço. Com esta mudança, no último fim-de-semana as visitas aumentaram em 22%, com mais de 7500 visitantes no domingo.
O sistema foi pensado por uma equipa da Universidade de L’Aquila, em Itália, com o objectivo de “criar um turismo sustentável, redistribuir os visitantes, aumentar a qualidade da visita e melhorar a imagem da cidade internacionalmente”.
Por não haver filas à porta, quem não conhece, sente-se também “menos atraído” a visitar, relata o El País.
Além desta medida, a Galeria dos Uffizi tornou variável o preço das entradas, que era igual todos os dias do ano. Contra o turismo de massas, o museu implementou valores mais altos na época de maior procura — passou a custar 20 euros a visita em época alta quando antes se podia fazer uma visita a oito euros.