TAP perde 90 milhões com atrasos e reestruturação no Brasil
Prejuízo do primeiro semestre seria de 58 milhões de euros sem itens não recorrentes. Petróleo e moedas também penalizaram contas. Receitas sobem 18% para 1530 milhões.
O grupo TAP teve um resultado negativo de 90 milhões de euros no primeiro semestre de 2018, um valor bastante acima dos 54 milhões registados em idêntico período de 2017. De acordo com o comunicado enviado pela empresa, houve gastos não recorrentes da ordem dos 40 milhões, e que, sem isso, o prejuízo teria sido de 58 milhões de euros.
O valor dos gastos não recorrentes, explicou ao PÚBLICO a empresa, advém "sobretudo" de "irregularidades operacionais", ou seja, de "atrasos e cancelamentos", mas “também da reestruturação da EM Brasil”, a empresa de manutenção que o grupo detém neste país e que foi redimensionada (incluído o despedimento de cerca de mil pessoas).
O primeiro semestre, diz a empresa liderada por Antonoaldo Neves, também teve outros impactos negativos, e mostrou-se “desafiador em função do forte aumento do preço dos combustíveis (+36%), pela volatilidade nas moedas dos principais mercados da TAP", além das "irregularidades operacionais”.
Vendas sobem 18%
Já ao nível das vendas estas subiram 18%, atingindo os 1529,6 milhões de euros, com a transportadora a destacar “os mercados português, brasileiro e norte-americano que, no conjunto, cresceram aproximadamente 15% e representaram 56% do total”.
A empresa sublinha que, no primeiro semestre, fechou acordos salariais” com a maioria das classes profissionais” (como os pilotos), que “também se traduziram em aumentos salariais importantes, garantindo a paz social para os próximos cinco anos”.
“A TAP efectuou também diversos investimentos para melhorar a pontualidade da operação, nomeadamente a contratação de mais tripulantes", e "a disponibilidade de aviões de reserva", destaca ainda a empresa no comunicado enviado.
Olhando para a segunda metade do ano, a TAP antevê “uma contribuição fundamental para o resultado anual”. “Além de tradicionalmente mais forte”, espera-se que o segundo semestre beneficie “dos planos da companhia para minorar irregularidades, designadamente, a contratação e formação de mais pilotos e tripulantes de cabina”, bem como “alterações à estrutura de planeamento de escalas e medidas para incrementar a pontualidade”. No comunicado recorda-se ainda que irão também chegar novos aviões (como o novo A330neo), o que permitirá lançar novas rotas.