As imagens que retenho do Uzbequistão são tantas quantas as gratificantes e bem interessantes visitas que fizemos por aquelas cidades deste país uzbeque. Ficámos marcados pelo calor que sentimos das pessoas nas ruas, nos mercados, cheios de cores e odores, em todos os locais, quais tangíveis manifestações espontâneas, inclusive nos imensos casamentos a que assistimos e para os quais, em várias ocasiões, fomos convidados a tirar fotografias conjuntamente.
Apraz registar também a beleza das mulheres uzbeques, bem vestidas, elegantes e de olhos brilhantes, como se estivessem sempre em festa. Esta uma realidade em cada cidade que pudemos constatar.
Podemos contar que quando se passa pelas antigas madrassas verificamos que a maioria se transformou em espaços comerciais, também sinais da alteração política que ocorreu no Uzbequistão, com a independência, em Agosto de 1991, da tutela soviética. A ética e a sageza são hoje duas realidades bem enraizadas naquele povo de maioria muçulmana (sunita), com três línguas distintas, o uzbeque, o russo e o tajique.
Amir Timur/Tamarlão é considerado o herói nacional, que no século XIV subjugou os mongóis e criou um império, com capital em Samarcanda. Manda o rigor histórico que note que em 1220, os mongóis, comandados por Gengis Khan, tinham ocupado este território, o qual em 327 a.C., Alexandre, o Grande havia conquistado. Hoje, o Uzbequistão, é considerado um país laico, com grande produção de algodão, ouro, urânio e gás natural.
Começamos pela capital Tashkent donde recordamos as madrassas Kafal Shohi e Kukuldash, e o mercado de Chorsu, um dos maiores da Ásia Central, não esquecendo o metro com várias estações, cuja lembrança permanece viva.
De Khiva, uma das cidades classificadas de Património pela Unesco, também vivo e presente está o riquíssimo património que ocupa uma pequena área no interior das muralhas conhecido por Ichan-Kala, e onde pudemos visitar o minarete Kalta Minor, a madrassa Muhammad Amin Khan.
Quem conseguir pode também subir ao minarete Islam Khodja, considerado como o símbolo da cidade onde imperam o ocre, a turquesa, o dourado e o azul, o que vem confirmar que este é o país das cúpulas azuis.
Fruímos, em Bukhara, também cidade Património da Unesco, o mausoléu dos Samánidas, considerado uma das pérolas da arquitectura da Ásia Central, a Fonte de Job, numa alusão à célebre lenda bíblica, a mesquita Bolo Hauz, a cidadela Ark, a partir da qual se estende a cidade antiga, as madrassas Poi-Kalan, Miri Arab e Ulugbek, e também o conjunto Lyaba-Hauz, composto por três monumentos à volta de uma enorme e enorme praça.
Em passo apressado visitamos Shakhrisabz, terra natal de Amir Timur/Tamarlão, onde estão igualmente vários e imponentes monumentos, como as ruínas do palácio Ak-Saray, a mesquita Kok Gumbaz, o complexo Dorut Tillovat, que ele mandou construir.
A seguir, chegamos a Samarcanda, que quer dizer Forte ou Cidade da Pedra, igualmente cidade Património da Unesco, desde 2001, e que foi a cidade mais marcante.
Ante tanta beleza, não canso de repetir, apesar do cansaço, urge seguir o roteiro inteiro e extasiar com as três madrassas, a de Ulugbek (neto de Amir Temur/ Tamarlão), a de Sher-Dor e a de Tilla-Kari, e também os mausoléus de Gur-Emir e Rukhabad, a mesquita Bibi-Khanin e o bazar Siab, não sem ainda correr para visitar o inesquecível conjunto arquitectónico Shahi-Zinda. Já tenho vontade de voltar ao país dos uzbeques, o qual se situa chamada Rota da Seda.
José P. Costa