Marcelo diz que "seria estranho" ausência de protestos a um mês do OE
Presidente da República acha naturais a paralisação dos taxistas.
O Presidente da República considerou esta quinta-feira naturais protestos como os dos taxistas e dos enfermeiros, dizendo que "o que seria estranho" era que vários sectores não se manifestassem a um mês da apresentação do Orçamento do Estado.
À saída de uma conferência internacional sobre oceanos, que decorre em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a ser interrogado sobre o protesto dos taxistas contra a nova lei das plataformas electrónicas e reiterou que a questão está "nas mãos da Assembleia da República".
"A Presidência da República sempre recebeu e sempre receberá, nomeadamente os representantes sindicais dos taxistas. Mas, já tive ocasião de dizer que a questão está nas mãos da Assembleia da República", afirmou.
O chefe de Estado disse aguardar a posição dos partidos e do Governo, depois de ter "havido manifestação de vontade de alguns grupos parlamentares reverem, repensarem ou reajustarem a lei ou de a completarem", salientando que "a nova lei dos táxis ficou de ser completada" com a entrada em vigor da legislação sobre as plataformas electrónicas.
"Nesse sentido, eu fico expectante, à espera da iniciativa parlamentar ou governamental ou as duas, pensando sobretudo na lei dos táxis, no que é adequado fazer para equilibrar o que a nova lei veio introduzir", salientou.
Questionado ainda sobre a greve nacional dos enfermeiros, hoje e na sexta-feira, o Presidente da República sublinhou que está "em curso há muito uma negociação" entre estes profissionais e o Governo, que "agora coincide com um momento particularmente sensível, o do Orçamento do Estado".
"O que seria estranho é que, a um mês da apresentação do Orçamento do Estado, os vários sectores interessados se não manifestassem a pensar no Orçamento, isso é que seria muito estranho", considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou que a diferença entre ditadura e democracia passa também pela existência de protestos e greves, e que, mesmo "quando incómodo", tal deve ser encarado "como natural".
"Saudades" depois da última aula
Interrogado se dormiu bem antes da última aula que dará como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, esta quinta-feira à tarde, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que sim.
"Posso é não dormir bem a próxima noite, aí é que vou ter mais saudades", acrescentou.