O Out.Fest vai ter música experimental de Leste, Kaja Draksler, Burnt Friedman e John T. Gast

O programa da 15.ª edição do Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro, que decorre entre 5 e 6 de Outubro em vários espaços da cidade da Margem Sul do Tejo, já está fechado.

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A eslovena Kaja Draksler é um dos destaques da programação do 15º Out.Fest Beata Szparagowska

Já tinha sido descortinado algum do cartaz da 15.ª edição do Out.Fest: Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro, o certame que desde 2004 se dedica a todo o tipo de música que é, como o nome indica, de alguma forma “exploratória”. Finalmente fechado, o programa completo do festival que decorrerá a 5 e 6 de Outubro vem agora juntar a nomes conhecidos desde Julho como Fret, Group A, HHY & The Macumbas, João Pais FIlipe, Lea Bertucci, Lotic e Ricardo Rocha, e aos entretanto também anunciados Jimi Tenor, Clothilde, Cândido Lima, Rafael Toral Space Collective 3 e Nídia, mais um numeroso contingente de artistas: Anton Nikkilä, Vladimir Tarasov, Toda Matéria, Telectu, Opus Pistorum, Império Pacífico, Odete, Kaja Draksler, Yek (Burnt Friedman e Mohammad Reza Mortazavi), John T. Gast e DJ Lycox.

Logo no dia 5, sexta-feira, no edifício A4, que fica num antigo complexo industrial, a tarde começa com uma instalação do finlandês Anton Nikkilä, Literal Translations. O autor dessa peça multimédia anda nisto da experimentação desde os anos 1980, quando formou a banda de pós-punk Swissair  e a editora de cassetes Valtavat Ihmesilmälasit Records. É dado à música electrónica, industrial e experimental. O lituano Vladimir Tarasov – não confundir com o animador homónimo –, que tem uma longa carreira de quatro décadas, virá ao Barreiro apresentar Thinking of Khlebnikov, uma composição para percussão a solo inspirada na obra de Velimir Khlebnikov, que escrevia peças e poemas. Os dois artistas não serão os únicos focos de interesse do edifício: Unearthing the Music: Creative Sound and Experimentation under European Totalitarianism, um projecto da Out.Ra (a associação responsável pelo Out.Fest) dedicado maioritariamente a explorar a música experimental da União Soviética na segunda metade do século XX, também marcará presença.

Mas nem só de músicos da ex-USSR viverá o 5 de Outubro. No espaço ADAO, à noite, haverá muitos portugueses a actuar. As novas confirmações começam com Toda Matéria, uma formação encabeçada pela também artista plástica Joana da Conceição, membro do duo Tropa Macaca, e que se reuniu para actuar na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, no passado mês de Julho. A ela juntam-se Maria Reis, Mariana Pita, Sara Graça e Sara Zita Correia. E também haverá Telectu, no novo fôlego do grupo de Vítor Rua e do defunto Jorge Lima Barreto, agora com António Duarte, do projecto DWART, que documentou a existência do duo minimalista e passou a integrar esta formação, de novo nos palcos para celebrar a reedição comemorativa dos 35 anos de Belzebu. No mesmo espaço actuarão ainda os portugueses João Pais Filipe e Nídia e o duo japonês Group A.

No dia seguinte à tarde, na Sede do Futebol Clube Barreirense, Opus Pistorum, o nome pedido emprestado a Henry Miller com que Hélder Menor, do colectivo do Barreiro Linha Amarela, assina as suas produções de dança de baixo orçamento, Império Pacífico, duo de electrónica de Luan Bellussi e Pedro Tavares que edita pela Rotten \\ Fresh, e Odete, que tanto explora o mundo noise e tecno quanto a pop, juntam-se ao já anunciado Kerox, da Xita Records. Na Biblioteca Municipal do Barreiro teremos os já mencionados Cândido Lima, Rafael Toral Space Collective 3 e Ricardo Rocha. Já na Escola de Jazz do Barreiro poder-se-á ouvir a norte-americana Lea Bertucci e a portuguesa Clothilde, a quem se junta a nova confirmação Kaja Draksler, a pianista eslovena de jazz, num concerto a solo. Esse dia tem também, no Largo do Mercado 1º de Maio, o finlandês Jimi Tenor e os portugueses HHY & the Macumbas.

À noite, na Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense Os Penicheiros, anuncia-se agora o concerto de Yek, o duo que une o irianiano  Mohammad Reza Mortazavi, especialista no tombak, instrumento de percussão persa, e o produtor e músico alemão Burnt Friedman, que há vários anos explora o dub e a electrónica ao lado de nomes como David Sylvian ou o defunto Jaki Liebezeit. Esta nova confirmação é um acrescento ao cartaz de uma noite que também inclui a produtora não-binária norte-americana Lotic, a brasileira Linn da Quebrada e o britânico Mick Harris, aqui como Fret.

O festival fecha nessa madrugada, a partir das duas e meia da manhã, com o britânico John T. Gast, colaborador do duo Hype Williams e cultivador do mesmo espírito fantasmagórico dos colegas na sua electrónica que parte de vários fragmentos diferentes. Esteve no Lounge, em Lisboa, no passado mês de Maio e, segundo o press release do Out.Fest, tem estado no litoral sul do país a trabalhar em música nova. A festa encerra definitivamente ao som de DJ Lycox, o produtor e DJ da Príncipe que editou o álbum Sonhos e Pesadelos no último ano.

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