Um resultado improvável: Espanha 6, Croácia 0

Em Elche, os vice-campeões do mundo foram humilhados na estreia na Liga das Nações.

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LUSA/Morell

Basta este dado para se perceber o que aconteceu nesta terça-feira, em Elche: a selecção da Croácia sofreu a maior goleada de toda a sua história e pode dar-se por satisfeita pelo facto de os números não terem sido ainda mais escandalosos. A jogar em casa, a Espanha cilindrou a vice-campeã do mundo com um improvável 6-0 e ampliou a liderança do Grupo 4 da Liga A da Liga das Nações.

Quando Carvajal, aos 17', evitou com um movimento acrobático um golo quase certo de Perisic, que finalizava já na pequena área espanhola, esperava-se um jogo equilibrado, com ameaças de parte a parte. Mas a verdade é que a partir do momento em que o lateral do Real Madrid fez mossa (também) na área adversária, o plano de jogo croata desmoronou-se. Aconteceu aos 24': Carvajal cruzou de trivela e Saul Ñíguez marcou de cabeça.

Era o início do recital espanhol. A versão Luis Enrique mantém a posse de bola como ingrediente base, mas acrescenta-lhe a capacidade de variar o centro do jogo com mais rapidez e um ataque contundente à profundidade, sempre que se proporciona. Mas foi a pressão alta que contribuiu para o segundo golo, com uma perda de bola croata no meio-campo defensivo aproveitada na perfeição por um remate de fora da área de Asensio.

O 2-0 chegou aos 33', dois minutos antes de Asensio repetir a dose. Variação de flanco eficaz, o avançado do Real Madrid (um dos seis "merengues" que estiveram no "onze" inicial) faz uma diagonal interior e remata com potência e direcção. Demasiada, até, porque a bola embateu na trave e precisou do contributo das costas do guarda-redes Kalinic para seguir para a baliza.

As vagas de ataque espanholas sucediam-se e Zlatko Dalic claramente que não encontrou, ao intervalo, o antídoto que se impunha para conter o rival. Com um meio-campo idêntico ao que apresentou no Mundial, a Croácia quase não teve bola e, quando a teve, não foi capaz de ligar o jogo. E também se expunha em demasia no momento da perda da bola, à procura de minimizar um resultado que só se avolumava.

Aos 50', Rodrigo rompeu pelo centro e ficou na cara de Kalinic, rematando por baixo do corpo do guarda-redes do Gent. Aos 57', um pontapé de canto foi aproveitado por Sergio Ramos para chegar ao 5-0, com um golpe de cabeça certeiro. Aos 70', Isco assinou um momento de classe pura, com uma recepção orientada de costas para a baliza e uma finalização perfeita.

Eram já seis. Já se tinha quebrado um barreira histórica, porque a maior humilhação sofrida pela Croácia até então era um 5-1 (resultado que conheceu por três vezes). E os números só não atingiram um patamar de maior escândalo porque Kalinic foi fazendo o que pôde na baliza.

Luis Enrique segue de vento em popa ao comando da selecção de Espanha. Dois jogos, duas vitórias, oito golos marcados e um sofrido, liderança do Grupo 4 com seis pontos contra zero dos adversários (que têm menos um jogo). A "evolução" - termo escolhido pelo treinador para descrever o que pretendia para La Roja - está em marcha.

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