Obra de Anish Kapoor em Serralves onde caiu turista reabre ao público
Visitante sofreu ferimentos ao cair na "Descida para o Limbo", exposta no Jardim de Serralves.
A obra "Descida para o Limbo", de Anish Kapoor, vai voltar a poder ser visitada pelo público em Serralves, no Porto, a partir de dia 4 de Setembro, confirmou esta terça-feira fonte da Fundação de Serralves.
Há duas semanas, um homem sofreu ferimentos ao cair na obra exposta no Jardim de Serralves, tendo sido hospitalizado e o acesso à peça vedado.
Na sequência da queda, a escultura, que inclui um fosso com cerca de 2,5 metros de profundidade, teve de ser intervencionada, segundo a fundação.
O caso ultrapassou fronteiras, tendo sido alvo de notícia, por exemplo, no britânico The Guardian.
Fonte de Serralves referiu, na altura, que "foram cumpridas todas as medidas de segurança protocoladas", designadamente a assinatura de um termo de responsabilidade e o acompanhamento de um assistente de sala na visita à obra.
A direcção de Serralves decidiu, contudo, reforçar essas medidas de segurança "para diminuir riscos", aumentando e reforçando "a dimensão da sinalização visual" colocada no local.
A primeira mostra individual em Portugal da obra de Anish Kapoor, um dos mais importantes escultores contemporâneos, inclui quatro peças distribuídas pelo Parque de Serralves, acompanhadas por uma escultura no museu e 56 maquetas concebidas pelo artista ao longo dos últimos 40 anos, estando patente até 6 de janeiro de 2019.
"Descent into Limbo" ("Descida para o limbo") é a escultura mais antiga patente na exposição e cujo título se inspira numa obra homónima do pintor renascentista Andrea Mantegna, que surge do interesse do artista "pelo jogo formal e metafórico entre luz e escuridão, interior e exterior, o contido e o infinito", de acordo com a Fundação de Serralves.
Anish Kapoor nasceu em Mumbai, na Índia, em 1954, e na década de 1990 alcançou reconhecimento internacional como membro da geração de novos escultores britânicos, tendo desde então desenvolvido uma vasta obra, como por exemplo "Cloud Gate" (2004), "Marcyas" (2002), "Leviathan" (2011), e "Orbit" (2012).
As suas obras já lhe valeram inúmeros reconhecimentos como o prémio Duemila, em 1990, o prémio Turner, em 1991, e o Padma Bhushan, em 2012.
Duas das características do trabalho do escultor são a grande dimensão que têm as suas obras, que para o artista são "parte da linguagem da escultura" e que considera "essencial" para "envolver fisicamente o espectador", e a experimentação de novas possibilidades.
A exposição de Anish Kapoor está patente em Serralves até 6 de Janeiro de 2019.