Os 25 não representam apenas um quarto de século. Esta é só uma expressão que a maior parte das pessoas gosta de usar para alertar que está na hora de crescer e que já é tempo de começar a carregar um bocadinho do mundo nas costas. Os 25 são uma espécie de ponte desequilibrada: é-se ainda jovem, louco e sonhador, mas já não se é tão jovem assim.
O muro dos 25 anos começa a trazer questões mais sérias em várias áreas. É uma idade de transição, está aberta a época dos novos "porquês", das novas ideologias, do que vamos ou queremos ser. É a reviravolta para o mais certo, é saber começar a dar nomes aos sentimentos e a criar laços mais fortes e duradouros.
Podia enumerar 25 coisas que começamos a valorizar de verdade, mas vou apenar referir as mais importantes: vida financeira; decidir melhor os verdadeiros amigos; aprender coisas novas; escutar mais os nossos pais; aprender a ser mais independente; tomar decisões; aprender a fazer compras; ajudar em causas solidárias; aprender a viver com outra pessoa; cuidar mais do nosso corpo; arranjar um trabalho de que gostemos; começar a interessar-nos mais pela política.
Tal como a conhecida crise dos 40, há quem fale de uma crise dos 25 anos, ligada ao medo da transição entre a adolescência e a vida adulta. Mas mais do que isto é importante referir que nem todos sentem esta idade como uma crise ou uma transição, mas mais como um despertar. Há quem, aos 25, tenha uma vida bastante sólida, mas não seja totalmente feliz: os 25 também se traduzem para muitos no começo de uma vida a dois, no alcançar de sonhos profissionais, na criação da própria família.
Ter 25 anos é sentir o peso da responsabilidade em cima dos ombros, mesmo nos dias de hoje, em que os jovens estão condenados a sair mais tarde da casa dos pais, a arranjar mais tarde o primeiro emprego, a casarem-se mais tarde. É a chamada hora da mudança em termos profissionais — se o trabalho fixo se tornou entediante, monótono e não corresponde de todo ao que se idealizou, é tempo de dar uma volta de 180 graus. É a procura da mudança, das oportunidades. Neste sentido, acho que se generalizou muito a ideia de que, por termos 25 anos, as oportunidades sabem a pouco. Dizem que somos novos, que temos pouca experiência, mas a verdade é que a experiência só se ganha quando nos dão a oportunidade.
Em jeito de conclusão, os meus 25 anos já me ensinaram uma coisa muito importante e sábia: não nos limitarmos — ao que somos, ao que sabemos e ao que sentimos. Estamos sempre numa constante aprendizagem e a readaptarmo-nos. Estes vão ser os meus únicos 25, e os teus também, por isso está na hora de sentirmos o verdadeiro peso que eles carregam, seja lá o que isso for.