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Cristas quer ministro no Parlamento para explicar "caos" na ferrovia

Líder do CDS afirma que actual Governo já teve três anos para investir nos comboios e fala do “pior investimento de sempre” nos caminhos de ferro.

Assunção Cristas à chegada à estação Coimbra B
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Assunção Cristas à chegada à estação Coimbra B LUSA/PAULO NOVAIS
Líder do CDS fez o percurso entre Caldas da Rainha e Coimbra
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Líder do CDS fez o percurso entre Caldas da Rainha e Coimbra LUSA/PAULO NOVAIS
Outros dirigentes do partido saíram de vários pontos do país com destino a Coimbra
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Outros dirigentes do partido saíram de vários pontos do país com destino a Coimbra LUSA/PAULO NOVAIS

“Há um caos na ferrovia neste momento, um desinvestimento que não tem precedente”, disse Assunção Cristas à chegada à estação de Coimbra B. A líder do CDS andou nesta terça-feira pela Linha do Oeste, entre as Caldas da Rainha e Coimbra, para falar sobre a “degradação das condições na CP”. Aos jornalistas, Cristas anunciou que quer ouvir o Governo na Assembleia da República. Os centristas vão "exigir que o Governo vá ao Parlamento tão cedo quanto possível”, pelo que vão entregar ainda hoje um requerimento “para que a comissão permanente reúna com a presença do senhor ministro”.

Cristas quer ouvir o ministro do Planeamento e Infra-estruturas, Pedro Marques, que acusa de “querer culpar o governo anterior” pelo estado a que o serviço da CP chegou. “A verdade é que [o Governo] está há três anos em funções” e desde então “teve tempo para fazer investimento que o governo anterior não pôde fazer porque apanhou um país falido pelo PS”, apontou. Em relação ao estado actual, “o Governo não se explica”, acusa a líder centrista. “Pelo contrário, desvaloriza”.

Na estação de Coimbra, a líder do CDS, acompanhada por um grupo de membros do partido que incluía Nuno Melo, Pedro Mota Soares e João Almeida, sublinhou “que os comboios não são de fiar em relação aos horários” e por isso perdem passageiros. A acção do CDS espalhou-se por vários pontos do país, com os responsáveis do partido a percorrerem diferentes linhas para chamar a atenção para os problemas do sector. “O pior investimento de sempre na ferrovia em Portugal”, ilustra Cristas, resultou num cenário “com cativações brutais e supressão de linhas, de comboios e com toda a gente, dos utentes aos funcionários, profundamente descontente”.

Nesta terça-feira, a antiga ministra percorreu uma linha que até podia já não estar em funcionamento. O primeiro governo de Passos Coelho chegou a anunciar o encerramento de uma parte da Linha do Oeste. O Plano Estratégico de Transportes de Outubro de 2011 acabava com o transporte ferroviário de passageiros entre as Caldas da Rainha e a Figueira da Foz, mas um estudo encomendado pela autarquia das Caldas apresentou soluções para a viabilidade da ligação, com a ligação a Coimbra, que o governo da altura aceitou implementar.

Questionada pelos jornalistas sobre o papel do Governo que integrou na falta de condições que agora aponta, Cristas afirmou que o executivo de António Costa “não pode agora querer simplesmente lavar as suas mãos e desculpar-se com o governo anterior”. E reiterou: “Passaram três anos. Não há nada deste Governo que possa ser dito culpando o governo anterior”. Se assim é, prosseguiu, “é porque não foram capazes de governar. Podem-se ir embora, já estão a mais”.

A resposta a uma questão sobre o mandato do anterior presidente da transportadora pública, Manuel Queiró, que foi também deputado pelo CDS, foi curta: “A CP faz aquilo que o governo deixa fazer”.

O actual presidente da CP, Carlos Nogueira, anunciou já esta semana que a empresa poderá alugar mais seis a dez comboios a Espanha para fazer face à falta de material circulante. A operação pode acrescer até 3,5 milhões de euros aos sete milhões que a CP já paga à congénere espanhola Renfe por 20 composições. O responsável referiu que o reforço do aluguer será a solução até que a CP tenha comboios novos, “daqui a três ou mais anos”.

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